Correio de Corumbá – Infectologista destaca pesquisas científicas e diz que vivemos o pior momento da pandemia no Brasil

O mundo inteiro está ansioso pela vacina Covid-19. Porém, sabemos que se trata de uma doença nova e complexa, com grande poder de contaminação e morte. Por esse motivo, e à medida que grandes corporações científicas buscam entregar a vacina, milhares de cientistas, instituições e universidades em diferentes países estão investindo em estudos para reduzir a mortalidade e diminuir a carga sobre o sistema hospitalar.

Aqui no Mato Grosso do Sul, a partir do dia 15 de junho, o infectologista Júlio Croda, junto com a Fiocruz, a Universidade Federal e o Hemosul, trabalham incansavelmente em pesquisas que podem ajudar muito os pacientes com Covid. É uma terapia feita com plasma sanguíneo de pacientes já curados.

O objetivo do estudo, que leva o selo da USP – Ribeirão Preto, é diminuir o sofrimento dos pacientes internados em UTI, diminuindo os sintomas de infecção e a carga viral. Até o momento, 20 pacientes já foram testados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, e em breve serão incluídos e internados no Hospital da Cassems.

Infectologista Júlio Croda

Outra pesquisa está sendo desenvolvida
Os dados plasmáticos, segundo Croda, ainda não podem ser publicados até a soma de todos os estudos. “É preciso chegar a um consenso entre todas as instituições envolvidas no estudo antes de qualquer tipo de detecção”, explicou o Dr. Júlio, um dos infectologistas mais procurados do país, que coordena estudos no Ministério da Saúde e cinco outros estudos Covid-19.

Entre eles está um estudo de viabilidade de uma vacina BCG (usada para prevenir a tuberculose) na prevenção de vírus. A iniciativa é do Australian Children’s Research Institute Murdoch com apoio da Fiocruz e já foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O estudo será financiado pela Fundação Gates.

O infectologista também está envolvido na pesquisa de uma possível vacina do farmacêutico francês Sanofi, à base de proteínas, que já está em fase de testes. A conclusão do estudo do plasma, segundo Croda, deve ficar pronta em meados de 2022. Lembrando que a técnica do plasma já foi testada antes de uma epidemia de doenças como ebola, H1N1 e até mesmo a gripe espanhola.

Colapso no sistema hospitalar deve ser evitado
Apesar de todos os esforços da comunidade científica. O prognóstico para o Brasil, segundo o cientista e ex-integrante do Ministério da Saúde, professor Júlio Crodi, não é nada favorável. Segundo ele, a vacina contra a Covid 19 deve estar disponível para os brasileiros apenas a partir de março. E isso com sorte.

Com apenas duas opções de vacinas – AstraZeneca e Oxford – no Paiso, a Croda acredita que o estado de São Paulo pode assumir a liderança com a CoronaVac – que será produzida em parceria com o Instituto Butantã. “Talvez o estado de São Paulo tenha vacinado antes do resto do país”, diz.

Além disso, ele explica que a questão da prevenção e da saúde no Brasil é dificultada pela falta de informações e contradições do Governo Federal. “A ciência diz uma coisa e o Ministério da Saúde diz outra.”

Reforço no cuidado e prevenção
Enquanto isso, enquanto os estudos estão em andamento e a vacina ainda não foi definida, o Dr. Júlio Croda exorta a população mato-grossense, principalmente a da capital, a cooperar com as autoridades sanitárias e evitar multidões, usar máscaras e praticar a separação social. E chamam a atenção para o colapso do hospital: “Se não adotarmos medidas para evitar o contato, o número de infectados só vai aumentar e não teremos mais leitos para pacientes em Covid ou outras doenças”, afirma.

E como cientista, médico de doenças infecciosas e pai de família, ele quer dar um bom exemplo. Pela primeira vez em muitos anos, Dr. Croda e sua família não viajarão para ficar com seus familiares (na Bahia e em Mato Grosso) durante as férias. “Eu, minha esposa e meus dois filhos, de 9 e 12 anos, vamos passar o Natal e o Ano Novo sozinhos em casa.” Segundo ele, é preciso dar um exemplo, principalmente porque os próximos dias podem ser “o pior momento da pandemia desde o seu início”. “Não podemos expor nossa família ou entes queridos”, conclui.

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Scroll to Top