As vendas no varejo na cidade do Rio de Janeiro, que foram abertas há algumas semanas, ainda não mostram sinais de reação às melhorias. Os dados são do Clube de Diretores de Lojas do Rio de Janeiro e da Associação de Comerciantes. Os números são o oposto da maioria das capitais brasileiras, que já registram taxas de crescimento após a pandemia, mesmo apontadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Aldo Gonçalves, presidente das duas classes, que juntas representam mais de 25.000 varejistas, no início da reabertura a loja registrou uma queda média de 80% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo ele, o comércio está passando por uma prolongada crise, acumulando resultados negativos, refletindo a má situação política e econômica do Rio de Janeiro nos últimos anos. E, segundo ele, a pandemia dos “rápidos 19” agravou ainda mais essa situação.
“A economia já havia enfraquecido antes da pandemia acelerada do século XIX. O volume de vendas do ano passado foi um fracasso. O resultado esperado não teve data oportuna, nem mesmo o Natal. Este ano, no meio de uma pandemia, datas como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados tiveram o mesmo resultados negativos e o fraco movimento registrado nas primeiras semanas de reabertura de lojas mostraram que o consumidor continua preocupado com a doença e seus efeitos na saúde e na economia e, portanto, desapareceu ”, estimou Gonçalves em nota.
Segundo o Dieese, o comércio, responsável por uma brilhante geração de empregos e receita, já perdeu quase 500.000 empregos formais no país neste primeiro semestre, dos quais mais de 55.000 somente no estado do Rio de Janeiro. E a Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC) apresentou outro fato preocupante: desde o início da pandemia, o comércio parou de gerar receita de US $ 240,8 bilhões em todo o Brasil. Isso se reflete diretamente no encolhimento da economia, no fechamento de milhares de lojas e no consequente aumento do desemprego e da perda de renda nos estados.
Alta em maio
Para Aldo Gonçalves, o bom resultado apresentado na pesquisa do IBGE, que em maio apresentou crescimento de 13,9% nas vendas no varejo em relação ao mês anterior, deve ser visto com cautela. “Na mesma pesquisa, o IBGE mostra uma queda de 7,2% em relação às vendas de maio deste ano com o mesmo mês de 2019. Portanto, os números devem ser analisados sem euforia. O trader sabe que o caminho para a recuperação é longo e difícil, com muitos obstáculos a serem superados”. ele explicou.
Embora o governo tenha fornecido linhas de crédito na tentativa de aliviar a crise, os comerciantes, especialmente os micro e pequenos empresários, acham difícil acessá-los. “Se isso não mudar rapidamente, milhares de empresas do setor não sobreviverão, recebendo milhares de outros empregos”, alerta Gonçalves.
O presidente do CDL-Rio e Sindilojas, da cidade do Rio de Janeiro, enfatiza a necessidade de diálogo e esforços conjuntos para encontrar soluções para essa crise sem precedentes. “Não há maneira mais segura de recuperar a economia do estado e da cidade do que uma união entre autoridades estaduais e entidades de classe que representam o comércio e a sociedade. Não há decisões mais isoladas. É necessário sentar à mesa para uma discussão conjunta de projetos e programas de desenvolvimento em favor do interesse coletivo”, afirmou. Aldo Gonçalves.