Nos últimos sete dias, apenas dois estados registraram mais de 100.000 contaminações e lideram o ranking de casos em todo o mundo.
No topo estão os EUA, com quase 1,8 milhão de casos confirmados e 104.000 mortes por covid-19. Então, Brasil, com números ainda menores, em paralelo. O primeiro levou 81 dias para chegar a meio milhão de casos; segundo, 95. Os americanos têm cerca de 5.500 infectados por milhão de habitantes, de acordo com os cálculos do Worldometer; Brasileiros, 2.400 por milhão.
Embora pareça estar longe de atingir o nível americano, o Brasil não tem tantos motivos para relaxar.
Os dois países estão em tempos diferentes da pandemia. Depois de registrar seu primeiro caso oficial em 21 de janeiro, os EUA acumularam mais de 30.000 novos diagnósticos por dia desde 1º de maio, enquanto os brasileiros superaram essa marca em 30 de maio. Ambos ainda têm mais de 1.000 novas mortes por dia, mas a taxa de crescimento nos Estados Unidos é mais lenta.
Além disso, há uma brecha entre os dois países quando se trata de testes. Em números absolutos, nenhum país do mundo testou tanto quanto os Estados Unidos: houve mais de 17 milhões de testes, ainda segundo os Worldometros – o equivalente a cerca de 52.000 por milhão de habitantes. O Brasil nem chegou à marca do milhão, fazendo apenas 930.000 testes – ou pouco mais de 4.300 por milhão de habitantes. No ranking dos dez países com o maior número de casos, em termos relativos, o país testou apenas mais do que a Índia (2.600 / milhão).
Hoje, o Brasil e os EUA compartilham apenas semelhanças na defesa contra a hidroxicloroquinina – até mesmo as recomendações desafiadoras da Organização Mundial da Saúde – e o papel dos governadores e prefeitos na falta de um presidente que apóie medidas de isolamento social é visto como chave para interromper o progresso do coronavírus.
E, de acordo com uma projeção da Universidade de Washington, o Brasil pode ser considerado mais parecido com os EUA em uma triste conquista, pois estudos estimam que o país deve registrar mais de 100.000 mortes até 19 anos.