Se você estava na Terra há um ano, provavelmente já viu ou ouviu falar de um eclipse solar em 2020. O cenário já é conhecido: quando a Lua está entre o nosso planeta e o Sol, é como se o dia se transformasse em noite. Mas como seria ver esse fenômeno da lua?
Apreciar essa visão é um privilégio mesmo para os astronautas, mas um grupo de estudantes chineses se uniu a astrônomos amadores e, a partir desse momento, conseguiu capturar as cenas.
O eclipse em questão ocorreu em 2 de julho do ano passado. Neste dia, a Lua projetou uma sombra em partes do Oceano Pacífico, Chile, Argentina e um pequeno pedaço do Brasil. Quem estava nessas partes ficou no escuro por alguns segundos.
De um ponto muito especial no espaço, o que foi visto foi outra coisa. O microssatélite chinês Longjiang-2 (DSLWP-B, íntimo) tirou fotos da Terra assim que a Lua eclipsou a estrela. Ele descreve um planeta com tons de azul, verde e marrom com uma esfera preta na superfície.
O satélite alcançou apenas um feito porque estava em órbita com a Lua. No entanto, em 2018, não foi lançado no espaço para fins de fotografia, mas para estudar as frequências de rádio de objetos estelares muito distantes. Ele até tinha um satélite Longjiang-1 que nem começou uma missão porque nem entrou na órbita lunar.
O feito aconteceu apenas porque estudantes chineses do Instituto de Tecnologia Harbin em MingChuan conectaram uma câmera ao Longjiang-2. Eles também tiveram cooperação internacional:
- Depois de criar as ordens necessárias para operar o equipamento, o astrônomo amador alemão Reinhard Kühn os inseriu no satélite;
- Quando os dados visuais foram enviados do espaço, foram recebidos por operadores amadores do telescópio Dwingeloo, na Holanda;
- Por se tratar de um projeto estudantil, as imagens não eram essas coisas. Eles tinham uma camada rosa porque todo o equipamento era baixo. O designer gráfico Jason Major processou as fotos para reconstruir suas cores originais.
Foi Major quem disse que essa mesa entre os amantes do espaço criou imagens em seu site “Lights in the Dark”.
Você pode estar se perguntando: onde estão as imagens de 21 de junho, quando o eclipse solar cobriu a África, a Ásia e parte do sudeste da Europa? Haverá uma imagem desse fenômeno em 14 de dezembro, quando a Lua ofuscará o Chile, a Argentina e o sul do Brasil?
Infelizmente, a resposta para essas perguntas é não. Lamentamos informar que, após 437 dias, o satélite Longjiang-2 colidiu com a superfície lunar em 31 de julho de 2019.
É bom dizer: o outono foi planejado. Ele não está mais conosco, mas as fotografias que ele criou sempre permanecerão vivas na memória dos espectadores de plantão – e daqueles que ainda não podem pagar uma viagem à lua.