Com a hashtag #MeuPaiPresente, a campanha da Natura para o Dia dos Pais deste ano teve como objetivo “expandir as submissões do homem moderno”. Além dos comerciais de TV, a ação também teve uma estratégia de impacto. Nomes como Henrique Fogaça, Rafael Zulu, Babu Santana e Thammy Miranda publicariam vídeos em suas redes sociais que dizem pouco sobre a experiência dos pais.
Depois de vídeo Thammy Miranda foi publicado em Facebook, a ala conservadora da mídia social lançou uma demanda para boicotar a marca. motivado publicações deputado federal Eduardo Bolsonaro É de Pastor Silas Malafaia, a hashtag #BoicoteNatura subiu para o 1º lugar no Twitter. Pastor até publicou mais de 20 publicações sobre isso nas últimas 24 horas.
Em resposta, o youtuber Felipe Neto levou para a empresa. Com mais de 39 milhões de inscritos no seu canal do YouTube, afirmou sim “ele se tornaria o garoto propaganda da Natura, de graça, se a marca quisesse”.
Na Bolsa de Valores, as ações da empresa na quarta e quinta-feira desta semana atingiram 10,09%. As ações chegaram a US $ 48,80 por ação na quinta-feira, o valor mais alto desde o final de fevereiro. Hoje (31) caiu 3,35%, fechando em R $ 47,04.
O que a empresa e Thammy dizem
Segundo Natura, a intenção não era criar polêmica, mas mostrar “masculinidade de maneira mais aberta e fácil, sem estereótipos”. “Homens atualmente vivendo em paternidade foram selecionados, com todas as suas nuances. E Thammy é um deles. Não foi uma escolha deliberada chocar ou questionar, mas dentro do que consideramos possível parentalidade ”, disse Andrea Alvares, vice-presidente de marca e inovação da empresa.
“A campanha foi motivada pela empatia”, disse Eduardo Simon, diretor da DPZ & T, a agência responsável pela campanha. “A ação ilustra o cenário atual, cria essa conexão real com os pais que estão em casa e estão ainda mais presentes na vida de seus filhos”.
Thammy em sua rede social, afirmou que a intenção era “representar um dos nichos da sociedade”. “Não é nossa intenção selar“Não sou nem melhor nem pior do que qualquer outro pai”, disse ele.
A marca mostra coerência, diz o consultor
“Natura coopera com esse objetivo há mais de dez anos, É um trabalho extremamente consistente com a história da marca. A campanha apenas fortalece a posição da empresa “, afirmou Adriano Sá, orientador e professor da Escola de Negócios de São Paulo.
“No final da história, o pedido de boicote mostra que a marca está a caminho. A controvérsia decorre do pedido de boicote, não da campanha. Além disso, quem insiste que as pessoas não compram a marca não faz parte do público-alvo da empresa. O boicote termina com um chute no pé. Isso apenas fortalece a posição da empresa ”, afirmou o consultor.
“Marcas e publicidade não criam temas como esse. Eles apenas os atribuem a atribuir a dor e a alegria da sociedade a bens de consumo. Portanto, não é uma marca. É uma constante transformação da sociedade”, disse a antropóloga Valéria Brandini.
A própria tentativa de “cancelar” por grupos conservadores também é um elemento-chave desse mosaico. Incentiva contradições e humores favoráveis à marca, que a levarão ao topo dos comentários. Os consumidores perdedores também farão parte da estratégia da campanha, posicionando a marca à frente dos indicadores culturais atuais “, disse Valéria.
História das ordens de boicote
Não é a primeira vez que a Natura é alvo de um pedido de boicote.
Em 2015, o então deputado federal Marco Feliciano pediu às pessoas que não comprassem produtos de marca. Natura foi a patrocinadora da novela Rede Globo Babilônia, cujo primeiro episódio contou com um beijo estrelado pelas atrizes veteranas Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.
Também em 2015, o Boticário passou por uma situação semelhante. O pastor Silas Malafaia pediu um boicote às marcas quando a empresa publicou um anúncio para o Dia dos Namorados, com casais gays trocando presentes entre si.
Em maio do ano passado, a Natura embarcou na diversidade sexual para introduzir uma nova linha de maquiagem. Postagens no Instagram e um vídeo no YouTube foram contados, por exemplo, por três casais não tradicionais com uma mulher trans. Os beijos lésbicos mostrados no vídeo foram polêmicos – e a empresa voltou a abordar tópicos da moda do Twitter.
A empresa afirmou então que o valor da diversidade “está expresso nas crenças da empresa há mais de vinte anos, em campanhas publicitárias, projetos patrocinados e em nossa equipe”.