Hoje, as regiões Centro-Oeste e Sul registraram o maior número de novas mortes devido à precipitação 19 desde o início da pandemia. Houve 96 e 74 mortes, respectivamente, que passaram a fazer parte dos índices oficiais, revela pesquisa realizada por um consórcio de agências de mídia, das quais Twitter faz parte.
O número total de mortes no sul do país aumentou 30% na última semana, segundo esta pesquisa. No Centro-Oeste, o aumento foi de 41,2%. Assim, de acordo com dados do estado, o país sofreu 56.100 mortes desde o início da pandemia devido ao outono de 19 anos. O número é ligeiramente superior aos 55.961 relatados pelo Ministério da Saúde no final da tarde.
Com o índice registrado hoje, o Centro-Oeste superou a região Norte (89 novas mortes) e se tornou o terceiro no estado com mais atestados de óbito em 24 horas. O sudeste (418 novas mortes) e o nordeste (378) ainda lideram sob a influência do novo coronavírus.
Embora menos casos tenham sido relatados que o resto do país, os estados do sul estão começando a demonstrar em suas curvas um comportamento semelhante ao que vem acontecendo nas últimas semanas no Centro-Oeste, ou seja, aceleração.
Em média, o Rio Grande do Sul registrou 17 novas mortes por dia na semana passada, um aumento de 36% em relação à semana anterior. A média no Paraná foi de 19 óbitos diários (6% a mais que nos sete dias anteriores) e em Santa Catarina 9 (49%).
Os três estados do Centro-Oeste tiveram as maiores taxas de crescimento no total de mortes no país desde a última sexta-feira (19). Mato Grosso tem 476 mortes e registrou, em média, 22 novas mortes por dia na última semana. Goiás tem 409 vítimas e tem em média 17 novos recordes por dia. No Mato Grosso do Sulu, 65 pessoas já morreram devido aos efeitos do vôo 19, uma média de 3 por dia.
A região tem o maior número de mortes no distrito federal: 532. Esse número é 34% maior que o número total de vítimas até a última sexta-feira (19) e, desde então, uma média de 19 pessoas morreram no DF com diagnóstico confirmado de coronavírus.
Quatro meses após o primeiro caso confirmado de coronavírus, 1.279.054 pessoas já foram diagnosticadas com covid-19, de acordo com as secretarias estaduais de saúde, e 46.907 aparecem nas estatísticas oficiais hoje. Segundo o governo federal, existem 1.274.974, com 46.860 novos diagnósticos sendo oficializados.
Desse total, 697.526 pessoas se recuperaram da doença, enquanto mais de 521.000 estão sendo monitoradas, segundo o Ministério da Saúde.
Fiocruz não vê redução na transmissão
Uma análise de pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aponta que nenhum país ainda mostrou sinais de transmissão reduzida da covid-19, uma doença causada pelo novo coronavírus, deixando um grande número de casos e mortes, embora já tenha sido registrado um número recorde na semana passada.
Segundo os cientistas, esse cenário poderia criar um platô, um alto nível de transmissão que “pode continuar indefinidamente”.
Os pesquisadores também apontam o risco de aliviar o isolamento social nas grandes cidades com a crescente internalização da epidemia.
Utilizando Pernambuco como exemplo, a análise mostra que a epidemia de coronavírus está crescendo em municípios mais dependentes do sistema de saúde nas grandes cidades e ameaça re-saturar pacientes de locais menores.
Veículos se unem para obter informações
Em resposta à decisão do governo de Jair Bolsonar (sem partido) de restringir o acesso aos dados da pandemia da covid-19, a mídia Twitter, Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio de cooperação desde a semana passada e, portanto, solicitaram as informações necessárias diretamente às secretarias estaduais de saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, através do Ministério da Saúde, deve ser uma fonte natural desses dados, mas opiniões recentes do governo e do próprio presidente questionam a disponibilidade dos dados e sua precisão.