Dado que ainda não se espera que uma nova pandemia de coronavírus termine, os médicos recomendam adiar o aconselhamento e até cirurgias eletivas, consideradas urgentes.
Mas quanto tempo posso esperar pelos procedimentos? Enquanto algumas condições podem ser controladas com medicamentos ou apenas sob supervisão médica, outras exigem maior urgência. É o caso da agência profissional de relações públicas Juliana Dantas, 30 anos, moradora de São Paulo.
COM endometriose, ela teve que remover dois endometriomas (também chamados de cistos), um localizado em cada ovário, além de outros focos que se espalham pelo intestino. “Em começando Em abril, fiz testes para ver se conseguia um DIU (dispositivo intra-uterino) e descobri que precisaria fazer uma cirurgia. Mas então pensei: ‘Como vou ser internado em um hospital cheio de vírus? Eu moro com minha mãe, que tem 73 anos, é diabética e tem Alto“, Ele lembra.
Mas a foto de Juliane não deixou alternativa. “Até quatro centímetros é um tamanho aceitável para um cisto permanecer no corpo. São quase nove centímetros, então existe o risco de rachaduras ou torções, que podem causar sangramento interno e levar a perda ovariana. Além disso, derrames são perigosos porque podem ser cada vez mais profundos. nos órgãos, levando à obstrução da uretra ou intestino, dor pélvica e infertilidade ”, explica Lídia Myung, professora de pós-graduação em ginecologia minimamente invasiva da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo e médica de Juliana.
Além disso, os endometriomas causam desconforto. “Sinto muita dor quando chego à minha menstruação e um pouco depois que termina. Fora desse período, de tempos em tempos, sofro picadas”, comenta um nativo de São Paulo.
No meio do caminho havia um vírus …
Para se sentir mais calma, Juliane concordou com seu médico em adiar a operação o máximo possível e deixou o procedimento até 10 de julho, quando esperava que a situação de pandemia no país já estivesse sob controle.
Mas o medo de contrair o Sars-CoV-2 se tornou realidade mesmo sem ficar no hospital. Os primeiros sintomas – perda de olfato, paladar e dores de cabeça semelhantes à sinusite, apareceram em 11 de junho.
“Não sei como consegui, porque saí de casa algumas vezes, apenas por causa do necessário. Talvez eu esteja em uma ida ao supermercado. Estava com medo de não ter tempo para me recuperar da operação”, diz ela.
A janela de um mês foi, no entanto, suficiente para Juliana reiniciar sua carga viral e a operação correu bem. Três dias antes do procedimento, ela foi testada no hospital, que a BP aceitou em todos os casos cirúrgicos.
O atraso da cirurgia deve ser avaliado individualmente
A decisão deve sempre ser tomada com base em uma avaliação médica. “Além da cirurgia oncológica, que deve ser continuada, outras indicações geralmente são doenças que causam dor muito intensa, sangramento ou que representam um risco para os pacientes”, ressalta. Myung.
O médico alerta que a procrastinação deve seguir estratégias para monitoramento intensivo dos pacientes e atenção aos sintomas. As doenças que criam dor intensa, como endometriose e cistos ovarianos, geralmente oferecem uma taxa de risco mais baixa, mas também não devem ser ignoradas.
Para quem não pode esperar um mês para o procedimento, mas assim como Juliana tem medo de infecção, o ginecologista explica que a maioria dos hospitais treinados para cirurgia está preparada para casos diferentes.
“Tudo é separado. O fluxo daqueles que vão para a cirurgia, incluindo a entrada, a sala de espera e o elevador, está longe de ser uma ambulância, incluindo o Covid-19”, explica ele.
Além disso, de acordo com Myung, o teste covid-19 é realizado em todos os pacientes com cirurgias programadas, e aqueles que serão submetidos ao procedimento são aconselhados a permanecer na prisão absoluta por sete dias para evitar riscos nesse intervalo de tempo.