Clara Maes tinha 84 anos quando o assassinato ocorreu em 2015 e sempre negou qualquer envolvimento no crime que vitimou Suzanne Thibeau, então com 93 anos. Nesta sexta-feira, um júri do tribunal criminal de Arlon, no sul da Bélgica, a condenou a 10 anos de prisão, embora ela não tenha sido presa por seus problemas de saúde.
“Seu estado de saúde não permite que seja presa em um centro penitenciário”, disse a advogada Emilie Romain à AFP.
Cabe agora aos promotores de Liege fazer cumprir a sentença, mas “a priori não deve haver execução”, acrescentou o advogado, que acrescentou que Clara Maes havia voltado para a casa onde vivia.
O julgamento chamou a atenção para a idade avançada da acusada, que teve enormes dificuldades em se instalar na cadeira durante o julgamento e permaneceu imóvel durante os interrogatórios, quando mal respondia às perguntas murmurando “Não me lembro”.
Em 3 de janeiro de 2015, o corpo de Suzanne Thibeau, 93, foi encontrado em sua casa. A investigação revelou que pela manhã ela havia recebido a visita de sua amiga de longa data, Clara, que se ofereceu para lhe trazer pão ou lavar a louça, segundo a imprensa belga.
Maes foi a última pessoa a ver Thibeau vivo e se tornou o suspeito número um do crime quando os investigadores notaram inconsistências em suas explicações.
Na audiência pré-julgamento, testemunhas explicaram que o relacionamento entre os amigos havia se deteriorado devido ao caráter forte de Maes.
Thibeau, uma viúva sem filhos, designou Maes como herdeira de 70% de seus bens, que também recebeu uma doação de cerca de 300.000 euros de sua amiga, de acordo com uma escritura de setembro de 2014.