Wenchang, China, 23 de julho de 2020 (AFP) – A China lançou com sucesso sua primeira sonda independente para Marte nesta quinta-feira (23), durante uma missão na qual espera usar robôs para estudar o solo do Planeta Vermelho. ocorre em completa rivalidade diplomática e tecnológica com os Estados Unidos.
A sonda foi lançada por um foguete de 5 de março que decolou da base de Wenchang, na ilha chinesa de Hainan (sul).
Sob uma temperatura de 34 ° C, engenheiros e funcionários de uniforme azul comemoraram o lançamento com aplausos. Meia hora depois, uma agência especial confirmou o empreendimento de sucesso.
Espera-se que a sonda embarque em uma longa jornada Terra-Marte em sete meses, chegando em fevereiro de 2022 no campo gravitacional marciano. A distância é diferente, mas é um mínimo de 55 milhões de quilômetros, portanto 1.400 vezes em todo o mundo.
A missão Tianwen-1 (“Questions to the Sky-1”) leva uma sonda composta por três elementos: um orbitador de observação, que girará em torno do Planeta Vermelho, um módulo terrestre e um robô de controle remoto encarregado de analisar o solo marciano.
“Este é obviamente um ponto de virada para a China. É a primeira vez que eles se aventuram no sistema solar”, disse o astrônomo Jonathan Mcdowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos.
– “Orgulho Nacional” – Esta missão oferece Pequim contra Washington, que acaba de ordenar o fechamento do consulado chinês em Houston, o mais recente episódio de intensa rivalidade entre os dois gigantes do Pacífico.
Tianwen-1 é “semelhante às missões americanas Viking de 1975-1976”. Em termos de “escala e ambição”, disse McDowell.
O gigante asiático não é o único que quer enviar uma sonda para Marte. Os Emirados Árabes Unidos lançaram sua “Esperança” na segunda-feira e os Estados Unidos enviarão “Marte 2020” em 30 de março.
Todo mundo está tentando tirar vantagem da atual distância reduzida entre a Terra e o Planeta Vermelho.
“A pesquisa espacial é uma fonte de orgulho nacional. O objetivo também é melhorar o conhecimento do homem sobre Marte”, disse o especialista espacial Carter Palmer, da empresa americana Forecast International.
Longe da feroz competição espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria, o país asiático está voltando à superfície.
Ele enviou seu primeiro homem ao espaço em 2003, fez pequenos robôs (“coelhos de coelho”), aterrissou na lua em 2013 e 2019, e somente em junho completou a constelação de satélites do sistema de navegação rival do GPS Beidu. Americano.
– Mudanças significativas na conquista espacial – A missão em Marte é o próximo grande passo do programa chinês, que também prevê a construção de uma estação espacial em 2022.
“O fato de a China ter ingressado na conquista de Marte mudará a situação atual, que é dominada pelos Estados Unidos há meio século”, disse Chen Lan, analista do Gotaikonauts.com, especializado no programa espacial da China.
Segundo especialistas, a experiência chinesa na Lua será muito útil para sua missão em Marte.
De fato, das 40 missões soviéticas, americanas, européias, japonesas ou indianas lançadas no planeta vermelho desde 1960, a maioria fracassou.
Em 2011, a China tentou conquistar Marte com sua espaçonave Yingho-1 acoplada a uma espaçonave russa, que caiu.
“Se (a nova sonda) pousar com segurança na superfície de Marte e retornar a primeira imagem, o Tianwen-1 já terá sucesso”, diz Chen Lan.
O governo chinês é cauteloso após acumular várias falhas em 2020, com tentativas fracassadas de lançamento e o colapso da cápsula espacial em seu retorno à Terra.
“Os riscos e dificuldades são consideráveis”, um pouso particularmente perigoso em Marte, aponta Liu Tongjie, porta-voz da missão Tianwen-1.
“Mas também estamos muito confiantes. São 50-50”, disse Chen Lan.
“A China pode não ter sucesso desta vez, mas um dia terá sucesso. Porque tem vontade, determinação e recursos financeiros e humanos suficientes para ter sucesso”, acrescentou.
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