A China acusou o governo dos Estados Unidos de tentar eliminar a Huawei “por todos os meios”, na quinta-feira (30), após um aviso dos EUA ao Brasil sobre a possibilidade de permitir que um grupo de telecomunicações chinês entregue equipamentos de tecnologia 5G ao país.
“Os Estados Unidos estão muito comprometidos com a igualdade e a reciprocidade”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
“Mas, de fato, quando empresas de outros países se tornam dominantes, a classe política americana perdoa e usa o poder do Estado para eliminá-las de todas as formas”, acrescentou Wang.
A Huawei é considerada líder mundial em 5G, um novo padrão de tecnologia móvel que revolucionará a Internet e acelerará sua instalação.
Suspeitando que o grupo esteja operando em segredo com as autoridades de Pequim e alegando que há um risco relacionado à segurança cibernética, o governo Donald Trump aumentando a pressão dos Aliados para proibir equipamentos da Huawei.
Em entrevista publicada quarta-feira no jornal “O Globo”, o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, ameaça “consequências”, se o país permitir que um grupo chinês implante a tecnologia 5G em sua área.
Brasília pretendia anunciar uma licitação para o 5G este ano, em um enorme mercado de 212 milhões de habitantes, mas a crise da covid-19 adiou o calendário para 2022.
As “consequências” podem ser de natureza econômica, afirmou o embaixador dos EUA.
O Reino Unido anunciou em meados de julho a decisão de remover todos os equipamentos fabricados pela Huawei de sua rede 5G, citando riscos de segurança.