Ontem, moradores e apoiadores da Casa Nem, um vulnerável centro de recepção LGBT, protestaram em frente ao prédio contra a decisão da juíza Daniele Bandeira de Freitas, da 15ª Vara Cível do Rio, que aprovou a devolução do imóvel ao local. Esperava-se que a ação acontecesse na segunda-feira, mas não aconteceu. Hoje, a Casa Nem tem 60 pessoas e trabalha em um prédio movimentado em Copacabana, no lado sul do Rio.
Embora a reintegração não tenha ocorrido na segunda-feira, está prevista a realização nos próximos 30 dias, mostram dados da Coordenação Especial de Diversidade Sexual (Ceds) no Rio de Janeiro. Em novembro, um relatório da Universa visitou a Casa Nem e mostrou as histórias de quem mora lá.
Atualmente, a casa abriga principalmente transexuais e travestis e atende cerca de cem pessoas a programas sociais que promovem a profissão, como doações de cestas básicas e máscaras durante o período de quarentena. Na ação de reintegração de posse da propriedade, os inquilinos da casa foram listados como os réus.
Na decisão, o juiz confirma que o local não possui condições adequadas de moradia e que representa um risco para os próprios moradores. o prédio estava ocupado com movimento LGBT em julho de 2019, depois de passar cerca de cinco anos abandonado.
Uma ação de restituição será intentada pela Iliria Administração de Imóveis e Negócios LTDA, o gerente que representa a propriedade da propriedade em que foi ocupada. Questionado em um relatório sobre o despejo durante a pandemia, o advogado da família proprietária do prédio, Daniel Henrique Furtado, disse que não há chance de acabar com o isolamento social para que o despejo ocorra.
“De jeito nenhum. Eles invadiram o prédio quando a reforma total deveria começar. Eles estão lá há mais de um ano e ainda querem sopa? De jeito nenhum”, disse ele. Universa telefone.
Os moradores não têm para onde ir
As entidades buscaram uma solução para o impasse. A supervisora de políticas LGBT do Rio de Janeiro, Caroline Caldas, disse que era necessária simpatia pelos moradores da Casa Nema durante a quarentena. “Nosso papel é conscientizar a população sobre essa causa. Estamos em uma pandemia e precisamos proteger vidas”, diz ela.
A OAB se manifestou através da nota. Quando o número de casos da Covid-19 no Rio de Janeiro começou a aumentar, a Casa Nem seguiu e segue as recomendações propostas pelos órgãos públicos, mas desde o início do isolamento “social”, a ação tem realizado fortes resultados de atendimento e assistência aos mais vulneráveis afetados. -19 ”, disse a mestra em saúde pública Rebecca Faray Ferreira, representante da OAB.
Inaugurado durante a pandemia, o hotel CPA4, projetado para acomodar pessoas LGBTQ +, não pode acomodar todos os emigrantes da Casa Nem. Segundo o coordenador especial de diversidade sexual, Nélio Georgini, apenas 10% do espaço ainda é gratuito.
“Queremos garantir os direitos humanos dessas pessoas para que elas não sejam violadas. Em relação ao abrigo, o que temos é o seguinte: em 28 de junho abrimos um abrigo específico para a população LGBT. Hoje, desses 36, trabalhamos disponíveis, 40 lugares estão ocupados”, disse ele. é.