Se não tivéssemos tido uma pandemia, Bruno Mascarenhas agora lideraria a segunda temporada de “Syntonia”. A atriz, que teve seu primeiro papel principal na série KondZilla, estava pronta para redescobrir MC Jottapê e Christian Malheiros e reviver o trio de Doni, Nando e Rita. Mas coronavírusE com ele umas férias no mundo do entretenimento como estamos acostumados.
Mas se o isolamento social traz problemas logísticos, a Internet traz soluções. Bruna, que também teve que desistir das filmagens, decidiu usar o tempo que ganhara em casa para retirar do papel a ideia que teve por um tempo. Use seu Instagram para explorar mais seu talento. Foi aqui que as séries da web “NeuRose” nasceram, que estreou na semana passada e está vencendo outro episódio hoje, às 21h.
Fiquei super desapontado e consegui transformar isso em um incentivo. Era outra indicação de que eu mal podia esperar para o teste bater na minha porta.
Quase involuntariamente, as lojas virtuais se adaptaram a um novo momento no mundo. Parte da equipe não se conhece pessoalmente, apenas através de reuniões virtuais semanais e troca de idéias diárias em grupos e aí, O roteiro também teve a ajuda de sugestões trazidas por quase um milhão de seguidores da atriz. E a forma, em suma, tem tudo a ver com o tipo de conteúdo que ajuda a suavizar ansiedade Audiência Geral.
Como surgiu a idéia de criar “NeuRose”?
Eu queria usar minha plataforma, que tem quase um milhão de seguidores para explorar minha arte. Já havia um roteirista, um diretor e, quando nos reunimos, a quarentena chegou.
Eu tinha uma idéia do personagem, e o roteirista Wagner criou comigo. E foi ele quem apresentou a ideia das neuroses. A partir daí, encontramos o nome do personagem, Rose, e a série se tornou “NeuRose”.
Espero que seja um suspiro de alegria para o povo. Deixe as pessoas se identificarem com coisas loucas, mas elas também podem rir disso. A quarentena é um pouco mais fácil, porque já é muito dolorosa.
Como você conseguiu personalizar esse conteúdo em quarentena?
Eu já a considerava uma garota neurótica e cheia de mania, ela acabou se casando muito com aquele momento de ansiedade em que vivemos. No primeiro mês de quarentena no meu Instagram, eu falava sobre um tópico toda semana. Eu tive muitos comentários dos caras. Então comecei a entrar no universo Rose já explorando com o público. No começo, meus seguidores faziam parte da discussão, foi um momento de grande troca.
Como é fazer uma série remotamente?
Ele me chama de diretor e assistente. Depois analisamos o texto que o roteirista já me enviou. Isso é seguido por outra chamada para revisar os planos. Então Lipe (namorado e câmera) entra. Mostra o ambiente e é liderado por um diretor. Também temos uma reunião toda segunda-feira, para a qual todos opinam. Todo mundo adivinha e todo mundo dirige seus próprios negócios.
Você transformou seu namorado em um homem com uma câmera. Ele já teve uma experiência audiovisual?
Bem, meu namorado é músico e trabalha como cameraman. Mas gravei e vi com ele e até cantei. Ajudar um ao outro. Nesta quarentena, descubro coisas novas. Eu escrevi uma música com o Lipe. Eu nunca pensei que seria capaz de escrever uma música.
Quantos episódios teremos de “NeuRose”?
Planejamos fazer pelo menos dez episódios. Mas vamos sentir. Temos um enorme desejo de filmar juntos. Isso é muito doido. Gabriel, que é meu diretor, falo com ele todos os dias, mas nunca nos conhecemos. Wagner, que é roteirista, só o vi uma vez, quando nos conhecemos. Todo mundo na edição, a maioria das pessoas da equipe, eu pessoalmente não conheço. Art nos uniu, mas ainda não tivemos a chance de conhecê-la ao vivo. Queremos fazer a segunda temporada depois que tudo isso acabar.
Por que você escolheu episódios mais curtos?
O primeiro episódio deveria ser apenas uma ligação. Mas gostamos tanto que decidimos ser os primeiros. Isso diz muito sobre Rose. Mas ainda pretendemos trazer questões sociais à sua mente. E eu senti que as pessoas já estavam se identificando muito com ela.
Hoje há tanta coisa na internet que quem assiste às vezes não tem paciência para assistir a um vídeo de 5 minutos. O primeiro episódio é muito curto, mas há muita informação para processar. Vamos pensar sobre isso. Gere informações, mas de maneira rápida.
Como você avalia o papel dos artistas nessa pandemia?
Agora, mais do que nunca, precisamos conversar sobre o que está acontecendo em nosso país. É triste. João Pedro, um garoto de 14 anos que foi morto, eu chorei quando vi. Já existem tantas mortes, muita dor devido ao coronavírus e muito mais. A Amazônia está devastada. Muita coisa está acontecendo no meio de uma pandemia, que já é tão difícil, estamos tentando trazer um pouco de alegria.
Agora, mais do que nunca, as pessoas vêem como séries, filmes e livros importantes são o papel da arte naquele momento. E é importante se posicionar. Você não pode mais ficar em cima do muro.
No Instagram, Twitter, as pessoas não querem apenas saber que trabalho estamos fazendo. Eles também querem saber sua opinião sobre as coisas. Nós também temos esse papel de influência.
E quando chegará a segunda temporada de “Syntonia”?
A nostalgia ataca. Mas não há previsão, porque tudo é muito instável. Nós deveríamos filmar e eu adoraria ser isso. Mas isso não aconteceu. Agora ele espera, tendo paciência.
Filmamos em um Jaguaré [favela em São Paulo] e lá ele foi super atingido. Até fiz uma campanha para arrecadar alimentos e doações. É uma comunidade que foi fortemente influenciada e é um cuidado que precisamos cuidar com as pessoas que moram lá. Para entrar imediatamente após a pandemia. Há muitas pessoas, técnicos, produção. E tem tudo para pensar com muita calma.
Esta segunda temporada de ‘Syntonia’ foi tão bem-vinda que, quando isso acontecer, espero que todo o Brasil assista.