Manifestantes de pedidos de entrega protestaram neste sábado em várias cidades do país (25). Chamado “Breque dos Apps”, o movimento busca melhores condições de trabalho para quem trabalha em plataformas como iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi.
Entre as demandas estão ajustes de preços, fim de bloqueios injustificados, entrega de EPI para trabalho mais seguro durante uma pandemia, apoio a acidentes, além de questões relacionadas ao programa de pontos implementado por algumas aplicações.
A paralisação ocorreu em várias capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasil, Porto Alegre, São Luiz, Curitiba e Belo Horizonte. Além da greve, os trabalhadores estão pedindo aos clientes que não façam pedidos neste sábado, em apoio ao movimento.
Existem alguns “manuais” circulando nas mídias sociais sobre como ajudar a atacar as demandas de que as pessoas as cozinhem em casa, publique as hashtags #BrequeDosAPPs e #ApoioBrequeDosApps e crie vídeos mostrando as diferenças nos valores entre o que os usuários pagam pelos custos de envio e o que os correios recebem.
Em São Paulo, alguns manifestantes protestaram em frente ao Center 3 e à Avenida Paulista – a estratégia era focar nas entradas e saídas de shopping centers para convencer os colegas a interromper as entregas de restaurantes instalados em praças de alimentação. À tarde, os manifestantes se reuniram em frente ao Estádio do Pacaembu, no lado oeste da cidade.
Além da participação do correio, os profissionais de saúde compareceram ao local para apoiar um movimento que tinha menos adesão do que a manifestação de 1º de julho.
No Rio de Janeiro, correios se reuniram na parte central da cidade, em frente à Igreja da Candelária. Os trabalhadores da greve usaram alguns cartazes com palavras como “nossas vidas valem mais que ganhos” e “a guerra continua”.
Segundo a central Única dos Trabalhadores (CUT), a motocicleta viaja do sul do Rio de Janeiro para Niterói.
O Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra também participou do evento e distribuiu mais de 300 refeições com alimentos de fazendas familiares a fornecedores.
Em Brasília, o Congresso do Povo passou pelo Congresso Nacional carregando faixas com ordens, incluindo equipamentos de proteção durante uma pandemia. O distrito federal tem 1.135 mortes pelo novo coronavírus.
Os trabalhadores também realizaram manifestações na capital, Maranhão. Segundo a CUT, originalmente os fornecedores simplesmente desligavam o aplicativo e ficavam em casa com as famílias. No entanto, alguns manifestantes decidiram sair para as ruas e postar fotos nas mídias sociais.
Em Fortaleza, Sera, os líderes de aplicativos realizaram um encontro na Praça da Flores, no distrito de Dionísio Torres, às 21h. Segundo a CUT, os trabalhadores caminharam pelas principais ruas da capital Sera.
Na capital Piauí, alguns fornecedores também aderiram ao movimento “Breque dos Apps”. Segundo a CUT, a reunião está marcada para as 16h deste sábado na ponte Estaiada, em Terezina.
O movimento Breque dos Apps
Parte da entrega foi interrompida na tentativa de chamar a atenção para a insegurança de trabalhar no “pico da economia” do Brasil, que geralmente envolve muitas horas de “execução” por muito pouco, sem segurança ou direitos.
Os requisitos incluem ajustes no valor recebido pela entrega – que atualmente varia entre US $ 4,50 e US $ 7,50, de acordo com os fornecedores -, ajustes anuais de serviço, uma lista de preços compilada entre fornecedores e aplicativos, entrega de EPI, suporte a acidentes e avaliação de um programa de tratamento que use alguns aplicativos.
A primeira manifestação ocorreu no dia 1º de julho e teve participação em vários estados brasileiros. Na época, o movimento provocou grandes protestos físicos em capitais, como São Paulo, e afetou a dinâmica de pedidos em restaurantes e plataformas.
Os fornecedores aderiram às diretrizes necessárias para aplicativos que são:
- Ajuste de preço: os correios recebem entre US $ 4,50 e US $ 7,50, o que varia de aplicação e distância percorrida – mais R $ 0,50 a R $ 1 por quilômetro percorrido;
- Ajuste anual: eles exigem um ajuste anual agendado para o serviço;
- Lista de preços: de acordo com alguns contratados, seria uma tabela não ditada pelo governo ou reguladores, mas construída entre profissionais e aplicativos;
- Localização dos blocos irregulares: reclamações constantes dos correios, que questionam as políticas das empresas que os punem com bloqueios;
- Entrega de EPI: solicitar que o equipamento de proteção trabalhe com mais segurança durante uma pandemia;
- Suporte a acidentes: se o entregador sofrer acidentes enquanto estiver usando a plataforma, está previsto algum tipo de ajuda;
- Programa de pontos: alguns sistemas de teste de correio que classificam os correios. Gringo cita Rappi que, segundo ele, exigiria que a pessoa trabalhasse “de domingo a domingo para obter os melhores pedidos”.
O movimento já fez pouco progresso. Um deles foi uma reunião de classe com o prefeito, o vice Rodrigo Maia (DEM). As sugestões estão circulando na casa, incluindo aplicativos de entrega e correios. Um deles, de Tabata Amaral (PDT), pretende “regular” o relacionamento entre aplicativos e trabalhadores, criando uma classe entre CLT e trabalhadores independentes. Em uma reunião com Maia, os correios exigiram que as melhores partes da lei fossem unidas no mesmo texto.
Por exemplo, a cidade de São Paulo na Câmara Municipal possui duas leis sobre esse tópico:
- PL 578/2019: apresentado pela Comissão de Transporte e Transporte da Câmara, define responsabilidades para as empresas que contratam motociclistas para entregas, garantindo o pagamento de responsabilidade conjunta e perigosa adicional em caso de acidentes com trabalhadores
- PL 130/2019: introduzido pelo vereador Camilo Cristófaro (PSB), está adaptando aplicativos às leis existentes dos motofretistas para garantir, teoricamente, maior proteção aos trabalhadores. Um sinal vermelho é ainda necessário para entregar as pessoas que trabalham em aplicativos – atualmente 8.000 dos 50.000 fornecedores de aplicativos têm esse sinal.
Além disso, em São Paulo, o sindicato recebeu uma reunião no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) entre a categoria e os representantes dos pedidos. A audiência foi marcada para 14 de julho, mas foi adiada devido a um mau funcionamento técnico no sistema de videoconferência. A Câmara Municipal criou um comitê para analisar as solicitações de fornecedores. O prefeito Eduardo Tuma (PSDB) chegou a se reunir com o presidente do sindicato e outros representantes de categorias como o Amabr.
Nos grupos do WhatsApp, os correios continuam relatando supostas alterações no modelo de classificação e pontuação da Rappi, que é uma das reivindicações sobre os atos. Os fornecedores, no entanto, dizem que as empresas estão fingindo não ver o movimento.
“O aplicativo finge não ver, cobre os olhos. Faz de tudo para impedir que o movimento seja notado. Eles não querem dar força e legitimidade, depois não prestam atenção”, critica Gringo.
O que dizem os aplicativos
Em contato com Viés, a iFood disse que “respeita os direitos democráticos, manifestações e liberdade de expressão”, além de dizer que está aberta ao diálogo. Além disso, ele observou que ele já atende à maioria das demandas iniciadas pelo movimento, entre elas um mínimo de US $ 5 por entrega, distribuição de equipamentos de proteção e provisão de seguro de vida e acidente.
Rappi, por outro lado, também disse que respeita as manifestações e está pronto para melhorias operacionais. A empresa explica que o valor da carga varia de vários fatores (hora, dia da semana, hora, entrega, distância, complexidade) e informa que já possui as seguintes práticas:
- Vida e seguro inconveniente do ano passado;
- Parcerias para oferecer descontos à equipe de entrega, como em 80 restaurantes, e planos de saúde, trocas de óleo, aulas de inglês, etc;
- O programa de pontos traz “reconhecimento, uma vantagem para os melhores provedores de serviços, para que tenhamos uma melhor experiência de entrega para os clientes finais”. Após o protesto, o programa de pontos mudou para mensal, não semanal;
- Distribuição de EPI como máscaras e álcool gel;
- Criar um fundo de suporte financeiro para courier com sintomas ou confirmação de david-19;
- Fornecendo canais para blocos de teste.
O Uber Eats falou como membro da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (“Amobitec”). De acordo com a nota, as empresas afiliadas realizam distribuição ou compensação gratuita desde o início da pandemia pela compra de produtos de higiene e limpeza, como máscara, gel de álcool e desinfetante, além da criação de fundos para pagar assistência financeira aos parceiros. com um diagnóstico de covid-19. Além disso, os correios são cobertos por seguro de acidentes pessoais durante o parto.
“As plataformas de entrega gerenciam sistemas dinâmicos e flexíveis que buscam equilibrar as necessidades de correios, restaurantes e clientes”, disse ele sobre os valores pagos. “As empresas associadas à Amobitec não trabalham com o esquema de pontuação para distribuição de pedidos e é claro para elas que respeitam a liberdade de expressão, portanto, participar de ações e demonstrações não resulta em penalidades ou bloqueios de qualquer tipo”.
Contactado, Loggi não respondeu até o relatório ser fechado.