“Optei por deixar o Brasil, mas sou grato pelas minhas raízes.” Foi com essa gratidão que a terapeuta Emily da Silva Stratford, 41, mudou a comunidade brasileira para a Austrália e levantou 100.000 trilhos para a compra de cestas básicas destinadas a famílias carentes no Brasil.
Balliste, que morou em Sydney por 15 anos, desenvolveu o projeto #lembradecasa, Com o plano de convidar estrangeiros para ajudar a mudar a situação de fome no Brasil. “Quem é do Brasil que não está em casa, não podemos voar para casa. A ideia é mostrar como nos conectamos com o Brasil, não apenas com o Brasil. Esta é uma campanha de agradecimento e respeito às nossas raízes ”.
Alimente a ideia
O Brasil decidiu desenvolver este projeto depois que seu pai adoeceu durante uma epidemia. “Quando meu pai se recuperou, pensei: ‘Tenho que fazer algo com gratidão’. A ideia surgiu quando a terapeuta viu os dados divulgados pelo IPGE sobre a fome no país. Segundo relatório divulgado em setembro, 10,3 milhões de brasileiros vivem em grave insegurança alimentar, que aumentou para 3 milhões nos últimos cinco anos.
O projeto #lembradecasa foi lançado em novembro por meio de uma plataforma lotada, com o objetivo de arrecadar fundos para a compra de mil cestas básicas.
“Recomendamos doar pelo menos AU $ 25, que é o preço de uma pizza grande para nós, mas no Brasil compramos uma cesta básica que vai alimentar uma família de quatro pessoas por pelo menos duas semanas”, diz o criador.
Com 13 voluntários designados para a Austrália, existem vários desafios. Além da diferença de tempo de 14 horas, a logística também é considerada. “Seria muito fácil enviar esse projeto direto para o Brasil e chegar lá, mas optamos por instituições voluntárias e cuidamos do planejamento das entregas, pensando em como chegar até as áreas onde os caminhões não passariam, por exemplo”, diz Emily.
Para a seleção das organizações voluntárias, a entidade selecionou três projetos em quatro dos mais importantes estados de fome, segundo dados do IPGE: São Paulo, Bahia e Maranh ஹ. Como o slogan da campanha é “Cada centavo é comida para o Brasil”, outro desafio é garantir que o custo da operação não seja “consumido” pelo valor arrecadado.
“Para reduzir o custo de entrega, pensamos em contratar um caminhoneiro, mas descobrimos que a exportação de alimentos no Brasil é valiosa, então tivemos que procurar uma empresa que fizesse cestas e entregasse cestas de graça para todo o Brasil”, explica a designer O valor foi negociado.
Em termos de confiança
“Em termos de logística, temos uma equipe na Austrália, o CNPJ, que chega à empresa sem a nota de encomenda porque ainda não temos uma instituição de caridade voluntária.
Outro obstáculo é a mudança na taxa de câmbio. Quando a coleta começou em 13 de novembro, o dólar australiano valia cerca de US $ 4. Após três semanas de campanha, a moeda caiu para R $ 3,80. “Cada dólar de diferença são as cestas que você perde.” Para evitar perdas, o grupo #lembradecasa contou com o apoio da corretora de moedas brasileira, que “negociou” no nível inicial de congestionamento.
Um prato cheio de desejo e empatia
No total, a campanha vale AU $ 28,3 mil ou cerca de R $ 110 mil. A quantia comprou 1.282 cestas básicas, superando a meta inicial de 1.000 unidades e alterando a época do Natal para mais de 5.000 pessoas.
Natalia Adatemos do Brasil foi uma das mais de 400 doadoras ao projeto. “É muito bom ver os camaradas se unindo para levar um pouco de alegria a tantas casas no Brasil. Jamais esqueceremos a importância de devolver nossas raízes e a base do que somos hoje ao país que nos deu.” Há quase nove anos na Austrália, ele imediatamente identificou o projeto.
Com gosto pela paixão e empatia, a campanha recebeu doações de estrangeiros residentes na Austrália, amigos e empresários do Brasil, mas também de outros países, como os Estados Unidos. , Canadá, Alemanha e Holanda. Romper fronteiras é um sinal de que existe um potencial global no esforço de unir as comunidades brasileiras ao redor do mundo. Segundo o Itamaraty, pelo menos 3,1 milhões de brasileiros vivem no exterior.
“O que temos agora é uma porta para quem mora no exterior e não imagina como pode ajudar o Brasil. Demos a eles a oportunidade de pensar ‘eu posso fazer um pouco’”, diz Emily.
Entregas
As cestas foram distribuídas entre projetos de acordo com o mapa da fome do IBGE e incluíram cinco empresas: Vera Cruz (PA), Comunidade de São Paulo, Paradinga (BA), Projeto Montguiros do Amanho, São Luís (MA), Projeto Estrela du S ் s Natal. B.
A distribuição para as famílias é realizada por instituições de caridade voluntárias, com a equipe australiana acompanhando tudo por vídeo. “Como você explica a sensação de fazer um negócio assim do outro lado do mundo? Eu podia ver um sorriso no rosto de uma pessoa no meio de uma guilhotina. Que sorte eu sou? Você faz isso em uma comunidade Guillobola? “Muito bonito!», Ele se delicia em relatar uma das entregas feitas à Maranho.
Por esse motivo (e por muitos outros), ele afirma que a continuidade do projeto é um fato. O próximo passo já foi dado: o grupo #lembradecasa cadastrou organizações voluntárias no Brasil e na Austrália. O desafio para as futuras campanhas é unir as comunidades estrangeiras brasileiras ao redor do mundo. “Os brasileiros não são bons em tudo, mas nos unimos para tudo. É o que fazemos de melhor. É uma honra estarmos juntos por uma boa causa.”