O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se tornou um dos principais oponentes de seu próprio governo e frequentemente faz declarações que não afetam a estabilidade da governança. Esta é a avaliação do Major Olímpia (SP), líder do PSL no Senado, realizada hoje durante uma entrevista com o colunista Twitter, Contos Faria.
“Avaliação de todas as áreas [do governo], Vejo um bom desempenho. Poderia ser melhor. Eu estava esperando que melhorasse. Agora, o presidente Jair Bolsonaro … vejo que ele se tornou o principal oponente de seu governo no momento em que age ou faz declarações que não fazem nada para contribuir para a estabilidade ”, afirmou o senador.
Segundo Olímpio, as declarações de Bolsonar entram em conflito com as próprias políticas públicas adotadas em seu governo. Como exemplo, ele citou a recomendação do Ministério da Saúde para o isolamento social, uma medida para conter o progresso do novo. coronavírus, além de duas mudanças de ministro no portfólio – primeiro, Luiz Henrique Mandetta; depois Nelson Teich.
“O presidente já substituiu dois ministros da saúde em 27 dias. Em princípio, ele se opôs à política estabelecida apenas pelo ministério, que, no papel, continua sendo a política adotada pelo ministério. Houve algumas manifestações, comportamentos ou crises de poder no Congresso ou no Congresso. com o judiciário ”, lembrou.
O senador também observou que Bolsonaro está travando algumas lutas por si mesmo, como a recente quebra de sigilo bancário de 11 parlamentares bolsonares identificados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
“Não há discussão de uma conexão ou participação presidencial [em algum crime], mas ele leva para si e faz manifestações. Ele pode ter juízo de valor, mas deve se comportar de maneira excepcional ”, argumentou.
No entanto, Olimpio disse que estava “preocupado” com essas violações de sigilo, apesar de não conhecer o conteúdo da investigação.
“Eu me preocupo se você tem garantias constitucionais. Eu não me importo se concordo ou não com elas [parlamentares bolsonaristas]”Mas as manifestações do presidente acabam criando mais inquietação para o próprio governo”, acrescentou.
Escritório de Ódio
Questionado se ele achava que havia um escritório de ódio, o senador disse que não duvidava, embora não soubesse se havia uma estrutura física instalada para o funcionamento desse grupo.
O Escritório do Ódio seria uma estrutura operando no Palácio do Planalto, comandada pelo filho do presidente e vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), para comandar os ataques dos oponentes e a defesa do presidente nas mídias sociais.
Ele, que alegou ser vítima de notícias falsas, questionou até que ponto a liberdade de expressão ocorre e quando começam os crimes contra as instituições.
“Na minha opinião, há uma mobilização constante e coordenada [vereador] Carlos Bolsonaro [Republicanos-RJ], filho do presidente … Sim. A investigação agora precisa descobrir se a estrutura física da autoridade pública é usada para esse tipo de ação, se existem servidores nomeados, se houver computadores, uma máquina pública. Mas existe um escritório para o ódio, existe ”, ele intensificou.
* Texto: Anaís Motta, Emanuel Colombari e Luís Adorno. Produzido por Diego Henrique de Carvalho