O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, saudou, nesta terça-feira, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, declarando-se pronto para trabalhar com o futuro governo americano na “aliança” entre os dois países.
“Saudações ao presidente @JoeBiden, com meus melhores votos e votos de que os EUA continuem sendo a terra dos livres e a casa dos bravos”, escreveu Bolsonaro na rede social Twitter, tocando a última estrofe do hino americano.
“Estarei pronto para trabalhar com o novo governo e continuar a construir uma aliança Brasil-Estados Unidos, na defesa da soberania, democracia e liberdade no mundo, bem como na integração econômica e social em benefício de nossos povos”, afirmou. adicionado.
Bolsonaro foi o último presidente entre as principais economias do mundo a parabenizar Biden, atrás inclusive do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Admirador declarado do ex-presidente americano Donald Trump, derrotado por Biden em novembro, Bolsonaro demorou ao máximo para reconhecer a derrota de seu principal aliado no mundo.
O reconhecimento de Bolsonaro do resultado das eleições nos Estados Unidos veio um dia depois que o Colégio Eleitoral dos Estados Unidos da América confirmou a vitória de Joe Biden.
Em entrevista concedida minutos antes de postar as mensagens na rede social Facebook, que foram incluídas em nota oficial do Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores do Brasil]Bolsonaro elogiou Trump e disse que seu governo mudou a relação do Brasil com os Estados Unidos durante uma entrevista à TV Bandeirantes.
“Quase todos os presidentes anteriores ligaram [os Estados Unidos] imperialista, colocando a culpa por tudo de ruim que aconteceu no mundo e não é assim. Avançamos, conquistamos algo com o governo Trump, e espero que, se tudo der certo, Biden agora ”, disse Bolsonaro.
Ao citar uma mensagem que teria enviado a Biden, o presidente brasileiro acrescentou: “Da minha parte, e da parte dele, o americano é pragmático, vamos fazer um trabalho cada vez mais próximo”.
Há duas semanas, a última vez que comentou sobre o assunto, Bolsonaro havia dito que deveria aguardar a confirmação se, como Trump ainda sustenta sem provas, houvesse algum tipo de fraude no processo eleitoral dos Estados Unidos.
Desde o início da campanha eleitoral nos Estados Unidos, o presidente brasileiro expressou seu apoio a Trump e não escondeu suas divergências com Biden, principalmente no que se refere à agenda ambiental.
No primeiro debate eleitoral, Biden ecoou essas divergências, dizendo que o Brasil deve conter a “destruição” da Amazônia, caso contrário poderá enfrentar “consequências econômicas significativas”.
O presidente brasileiro reagiu com severidade e advertiu que não aceitaria “subornos, demarcações criminais ou ameaças infundadas”.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “alguns não entendem que o Brasil mudou”, que a soberania do país “é inegociável”, e qualificou a declaração de Biden como lamentável.