No editorial da edição deste mês da revista Dragões, o presidente do FC Porto volta a criticar a Direcção-Geral da Saúde e o Governo pela falta de adeptos nos estádios.
«Incompreensivelmente, voltámos a jogar à porta fechada contra o Marselha. A UEFA permitiu que 30% da capacidade do estádio fosse ocupada nesse jogo, mas a DGS contentou-se com 0%. Essa decisão é completamente absurda se comparada ao que acontece em outras realidades. Sabemos que no verão assistia a touradas, comícios políticos, espetáculos musicais e de comédia, alguns até com o Presidente da República e o Primeiro-Ministro presentes. Sabemos que recentemente houve uma corrida de Fórmula 1 no Algarve com 27.500 espectadores. O mais inaceitável, o maior exemplo de discriminação dedicado ao futebol, foi o que aconteceu no Porto, a mesma cidade onde não houve público no jogo com o Marselha, dias depois daquele encontro. Na Super Bock Arena – que, ao contrário do Estádio do Dragão, é um espaço fechado – assistiram aos espectáculos de Paulo Gonzo, Áurea e Fernando Rocha com 40% da capacidade, um deles no mesmo domingo de sol em que o FC Porto recebeu o Portimonense com arquibancadas vazias », destaca.
Pinto da Costa dá-se então conta: «Ninguém consegue compreender que depois de tantas experiências com resultados positivos em vários estádios de futebol – espaços abertos com as melhores condições possíveis – persiste uma política que leva à asfixia de clubes e que limita os jogadores. . direitos dos apoiantes. (…) Isto só é possível porque, na origem destas posturas, há quem em Janeiro dizia que ‘não há muita possibilidade de um vírus como este vir a Portugal’ e que em Março dizia que era. não valia a pena usar uma máscara, porque transmitia uma ‘falsa sensação de segurança’. (…) Isso só é possível porque o Primeiro-Ministro continua sendo a única pessoa que leva a sério aqueles que têm essas posições oscilantes, incompreensíveis e perigosas. »