BE reforça voto contra orçamento: Governo aceitou apenas quatro propostas

O Bloco de Esquerda já fez o balanço das negociações com o Governo para abrir caminho à votação contra o Orçamento do Estado para 2022.

Os bloqueadores, que apresentaram 35 propostas, fazem um balanço das negociações com o governo. Dados que este domingo servirá de argumento para defender, nas reuniões da Comissão Política e do Bureau Nacional, a necessidade de se votar, na próxima quarta-feira, a proposta do Governo em geral, no pressuposto de que não haverá compromissos de última hora de António Costa Executivo.

Conforme relatado pelo JN, a Comissão Política se reúne pela manhã. E a partir daqui a proposta de reprovação do Orçamento sairá para ser votada pela Mesa Nacional à tarde.

Neste processo, o BE manteve 12 propostas e recuou em 19. O Governo acolheu parcialmente três e apenas uma não mereceu reservas, resume a publicação do partido, através de publicação na página “left.net”.

As 35 propostas do Bloco “centraram-se no fortalecimento do SNS, na protecção do emprego e no apoio social, e também no fim do repasse de dinheiros públicos ao Novo Banco”. O Governo “concordou em incluir uma sem ressalvas e negociou a inclusão de outras três. Para buscar algum avanço nas negociações, o Bloco secundarizou 19 de suas propostas e manteve 12”, detalha o artigo.

Só na Saúde, 14 propostas foram. “O Governo manifestou abertura para negociar três. Em primeiro lugar, no aumento de vagas para especialidade médica, aceitou que a abertura de vagas isentasse o crivo da Ordem dos Médicos, embora sem se comprometer a um número. E propôs também a contratação de 250 médicos indiferenciados para a Saúde Coletiva com vencimentos na primeira etapa dos internos, apesar do alerta do Bloco de que esses médicos indiferenciados já encontram remuneração muito maior como prestadores de serviço do SUS, então a medida é provável que seja condenado ao fracasso “, destacam os bloqueadores.

Em segundo lugar, “o Governo concordou em negociar uma medida provisória com um cobiçado subsídio de risco financiado por um programa europeu. Mas, nas contas do Governo, este subsídio só chegará a um máximo de um quinto dos profissionais, que corre o risco de vir a aumentar o sentimento de injustiça entre os profissionais de saúde ”, acrescenta a mesma publicação.

No que se refere às propostas do Bloco para aumentar o número de profissionais do SNS, “o Governo apenas garantiu a abertura dos concursos, mas sem medidas que promovam a ocupação efectiva das vagas”, justifica o partido.

Ainda na Saúde, ele explica que o Bloco não cedeu nas propostas de regime de dedicação integral aos médicos; a criação da carreira de técnico auxiliar; e a autonomia das instituições do SNS na contratação de cargos vagos no conselho, que o Governo quer limitar a contratos de quatro meses.

Na legislação laboral, das 13 propostas colocadas pelo partido na mesa das negociações, escreve que o Governo apenas aceitou a inclusão do falso trabalho temporário na lei contra a precariedade e reduzindo o número máximo de renovações para três para três.

A parte insiste, por exemplo, em aumentar a indenização por demissão para 20 dias por ano de trabalho e para 30 dias na rescisão de contratos a termo, a manutenção obrigatória dos empregos nas empresas apoiadas pelo poder público, o fim da caducidade unilateral das negociações coletivas e a obrigatoriedade de celebração de contratos de trabalho por plataformas digitais como UberEats e Glovo.

Na proteção social, BE afirma que o Governo não aceitou nenhuma das seis propostas. E, como noticiou o JN, na sexta-feira o Executivo rejeitou mais uma exigência do Bloco, dizendo que mantém a condição de recursos para acesso a novo apoio social por parte dos trabalhadores avulsos, que foi a gota d’água para o fracasso das negociações.

O artigo “Left.net” também afirma que o Bloco não insistiu na proposta de colocar os bancos para capitalizar diretamente o Novo Banco, em vez de ser o Fundo de Resolução para o fazer. “Mas manteve a exigência, também recusada pelo Governo, de suspender os pagamentos ao Novo Banco até que fosse concluída uma auditoria à gestão”, afirmou Lone Star.

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