Depois de vários meses sempre em queda, o indicador coincidente mensal da atividade económica, calculado pelo Banco de Portugal (BdP), começou a recuperar em setembro e inverteu, pela primeira vez, a trajetória de valores cada vez mais negativos desde o início da covid. 19 pandemia.
Após assinalar quedas homólogas de 9,1% em maio, 10,2% em junho, 10,8% em julho e 11% em agosto, o valor apurado pelo BdP para este indicador em setembro foi uma contração – 10,7%.
É um forte sinal da recuperação da economia nacional no último mês, uma vez que este indicador busca captar a evolução subjacente ao Produto Interno Bruto (PIB) e vem caindo sucessivamente. Ainda.
A recuperação da economia portuguesa poderia até ter começado. Há pouco mais de um mês, quando o banco central divulgou este indicador para agosto, chamou a atenção que “num contexto de elevada volatilidade económica, semelhante às estimativas dos meses anteriores, os indicadores coincidentes apresentam uma maior dificuldade na identificação do ciclo e da a tendência da economia “. Como resultado, “a eventual recuperação, já visível em outros indicadores, ainda não está sendo capturada por esses indicadores”.
Assim, em setembro, foi a primeira vez que essa recuperação foi capturada por esse indicador.
Uma recuperação que se estendeu ao consumo. O indicador coincidente mensal do Banco de Portugal para o consumo privado, que visa captar a evolução subjacente deste agregado macroeconómico, também recuperou em setembro. Mas, neste caso, a tendência de recuperação iniciada em agosto continuou.
Após queda de 8,8% em maio, 9,6% em junho e 9,9% em julho, sempre na comparação anual, a contração já foi um pouco mais moderada em agosto, de 9,7%. Essa trajetória manteve-se em setembro, com uma redução homóloga de 9,1%.
Recorde-se que no início deste mês o Banco de Portugal amenizou o cenário para a economia portuguesa este ano, apontando para uma quebra do PIB de 8,1% e não mais de 9,5%.