Aumento do tabagismo durante a pandemia acende alerta de risco de câncer – Notícias

A pandemia do novo coronavírus levantou o alerta para o aumento das taxas de câncer. Tanto pelo risco de diagnósticos tardios, quanto pelo aumento de comportamentos que podem estar associados ao desenvolvimento de neoplasias. Entre as principais preocupações está o aumento do consumo de cigarros neste período de isolamento.

Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas, 34,3% dos entrevistados que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia no período de isolamento social: 22,8% aumentou em dez, 6,4% em até cinco e 5,1% em 20 ou mais cigarros. Foram ouvidos 44.062 brasileiros, de ambos os sexos, de todos os níveis de ensino e de todas as faixas etárias a partir dos 18 anos.

A incidência de câncer de pulmão está ligada ao tabagismo em 85% dos casos.

Para o oncologista clínico Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, o aumento do tabagismo está relacionado à ansiedade gerada por um momento inédito na história recente da saúde. “O tabagismo é um problema de saúde pública que não pode ser ignorado, é necessário reforçar a mensagem de que precisamos superar essa batalha contra a Covid-19 sem descuidar de outros cuidados com o nosso corpo. O combate ao tabagismo não pode ser abandonado, correndo o risco de não só ter uma onda de aumento na incidência de neoplasias malignas, incluindo o câncer de pulmão – que está intimamente relacionado a esse hábito prejudicial à saúde – além de pelo menos 12 outros tipos de tumores ”, explica.

O dado é preocupante e reforça a relevância das campanhas antitabagismo voltadas para a conscientização sobre as mortes evitáveis ​​pelo tabagismo. A título de exemplo, o Instituto Oncoclínicas – iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas de promoção da saúde, educação médica continuada e pesquisa – lança no Dia Nacional de Combate ao Tabaco, dia 29 de agosto, uma ação para alertar sobre a importância do combate ao tabagismo como forma eficaz de prevenção contra o câncer de pulmão e outros tipos de tumores malignos. A iniciativa trará uma abordagem positiva nas redes sociais mostrando os benefícios sentidos por quem para de fumar.

O tipo de câncer que mais mata no mundo desde 1985, o tumor de pulmão ocupa o terceiro lugar como o mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres. A incidência global pode chegar a 1,8 milhão de novos casos por ano, com 1,6 milhão de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 30 mil pessoas devem ser diagnosticadas com a doença em 2020, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Sinais de aviso

Outro aspecto que não pode ser ignorado é a vigilância contínua dos possíveis sintomas, que podem ser facilmente confundidos com os do novo coronavírus, principalmente entre os fumantes. “Os sinais iniciais de câncer de pulmão muitas vezes se assemelham aos de outras condições comuns associadas ao trato respiratório, então dificilmente é diagnosticado no estágio inicial. Tosse e falta de ar, sintomas amplamente relacionados ao Covid-19, também são o principal alerta. para o câncer de pulmão ”, destaca Jacques Tabacof, oncologista da Oncoclínicas de São Paulo.

Nesse sentido, ele explica que vale a pena atentar para algumas diferenças importantes: a tosse seca no Coronavírus está associada a outros sintomas como febre, por exemplo, e, além disso, dura mais ou menos 15 dias. No câncer de pulmão, esse sintoma, quando aparece, tende a ser persistente e não melhora após esse período.

Segundo Jacques Tabacof, diante do cenário atual, com o novo coronavírus no centro das preocupações de toda a população, os sinais clássicos do câncer de pulmão correm o risco de serem ignorados e a busca por orientações e exames especializados para garantir o diagnóstico do tumor é adiado para o futuro. “Os sintomas do câncer de pulmão geralmente são mais frequentes no estágio avançado da doença, o que dificulta o diagnóstico precoce, fundamental quando se pensa nas chances de cura. Além de tosse e falta de ar, dores no peito contínuas, emagrecimento sem motivo , rouquidão que não melhora depois de mais de sete dias e pneumonias de repetição estão entre os alertas para esse tipo de tumor ”, comenta o médico.

E embora muitas pesquisas apontem para os danos causados ​​pelos cigarros tradicionais, alternativas como os cigarros light, eletrônicos ou narguilé também podem ser prejudiciais à saúde. Por isso, os especialistas apontam que outro grande alerta que precisa ser feito é em relação ao chamado vapor, que cresce no consumo principalmente entre os jovens. “Foi um grande retrocesso. Depois de anos diminuindo o número de fumantes, principalmente entre os jovens – o que é muito importante, já que a maioria dos que continuam fumando começou nessa época da vida – também vemos um grande aumento de pessoas usando cigarros O apelo tecnológico é uma das coisas que mais atraem os mais jovens e é preciso conscientizar a população de que mesmo eles são potencialmente tóxicos e levam à dependência ”, enfatiza Bruno Ferrari.

Oncoclínicos na luta contra o tabagismo

Com o mote “A melhor dica é viver bem”, a mobilização visa a conscientização sobre a cessação do tabagismo para a retomada da saúde e qualidade de vida. Voltada para a sociedade em geral, a campanha do Instituto Oncoclínicas destaca uma informação importante: nunca é tarde para parar de fumar. Apenas 20 minutos depois de parar o vício, a pressão arterial volta ao normal e a pulsação cai para os níveis adequados. Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue são regulados e os níveis de oxigênio aumentados. Após 24 horas, o risco de acidente cardíaco diminui. E depois de 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar e o olfato e o paladar melhoram.

Em até três meses, a circulação sanguínea melhora e a caminhada torna-se mais fácil, pois a função pulmonar se recupera em até 30%. De um a nove meses, sintomas como tosse, rouquidão e falta de ar são reduzidos. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumava um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível garantir que os riscos de desenvolver câncer de pulmão sejam quase iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

A iniciativa também visa reforçar a importância do acompanhamento médico de rotina. Assintomático nos estágios iniciais, o câncer de pulmão geralmente é diagnosticado tardiamente, o que reduz as chances de cura. O INCA indica que apenas 16% dos tumores malignos são diagnosticados precocemente.

Vale ressaltar que, além de ser fator de risco para câncer e diversas outras doenças, o tabagismo é um dos hábitos que contribui para as formas mais graves de infecção por coronavírus. Para maiores informações, Acesso.

* Com informações da Assessoria de Imprensa do Grupo Oncoclínicas

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