A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) tiveram como objetivo a qualidade da gasolina usada no Brasil. Na reunião de hoje, as duas agências decidiram criar um grupo de trabalho conjunto para investigar as queixas dos pilotos de corrosão agressiva nas peças e componentes de aeronaves que aparentemente são causadas pelo combustível usado.
Até ontem, as equipes de inspeção da ANP estão verificando a qualidade dos combustíveis vendidos nos aeroportos. Segundo a GloboNews, inspetores da Agência Nacional do Petróleo visitaram o Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, ontem e colheram amostras para testes em laboratórios.
Ontem, um pequeno avião caiu nos arredores de Campo de Marte, um aeroporto menor localizado no norte da cidade de São Paulo, causando a morte do piloto. Na nota, a ANP incluiu um endereço entre os locais de inspeção.
Em comunicado à Anac em 7 de julho, um dia antes do acidente em São Paulo, o presidente da Aopa (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves) no Brasil, Humberto Gimenes Branco, alertou para os sinais de vazamentos e o risco de poluição da gasolina pela força aérea.
“Várias informações começaram a circular nas redes sociais de operadores aéreos em diferentes locais e regiões do Brasil, relatando a possível ocorrência de corrosão agressiva, aparentemente causada por combustível, encontrada em tanques, juntas, tubos, seletores, bicos de injeção, drenos e outras peças e Essa informação também foi transferida com as imagens, que já haviam sido transferidas para a Anac “, afirmou o documento da Aopa Brasil.
Dado o “potencial risco grave resultante de possível contaminação” da gasolina, de acordo com o documento, a associação de pilotos está solicitando à Anac várias medidas.
- “Tomar medidas para verificar as condições técnicas e de qualidade da gasolina para aviação disponíveis no território brasileiro, em particular com a Petrobras, distribuidores e revendedores, publicando os resultados dos testes realizados nos últimos 120 (cento e vinte) dias para esses links de distribuição”;
- “Retorno à realização de testes com produtos armazenados nos principais pontos da cadeia de suprimentos participantes do Brasil, especialmente em terminais portuários, tanques de distribuição e tanques de revenda, dando resultados ao público em geral”;
- “Abrir um canal direto de comunicação entre a comunidade da aviação e Anaca, para que a Agência receba oficialmente relatórios especiais indicando locais, tanques de aeroportos, aeronaves, componentes e / ou amostras de combustível que representam ou podem representar desvios”;
- “Forneça orientação imediata a distribuidores, revendedores, operadores e aviadores sobre as verificações pré-operacionais como uma forma rápida de mitigação de riscos.”
Riscos de qualidade do produto
Na carta, a Aopa Brasil também afirma a cessação da produção de gasolina para aviação no Brasil. A entidade relata que, desde o segundo semestre de 2019, operadores e oficinas testemunham “presumidas quantidades excessivas de chumbo, que se acumulam anormalmente em partes da usina”.
“A deterioração da cadeia de suprimentos de combustível é um fato incontestável. Com a saída de revendedores e distribuidores do mercado, centenas de aeroportos são deixados uma vez abastecidos, agora sem AVGA (gasolina de aviação), combustível movendo grande parte da frota nacional de aeronaves. Diante dessa situação, nossa A associação observa a existência de várias condições que, infelizmente, podem nos forçar a concluir que há um risco à qualidade do produto ”, afirma Aopa Brasil.
No Boletim de Aeronavegabilidade da manhã, a Anac alerta para “os riscos associados à operação do uso de combustível contaminado ou adulterado”. O texto cita uma reclamação enviada pela Aopa dois dias antes.
“Até a publicação deste BEA (Boletim Especial de Aeronavegabilidade), a Anac não tinha informações factuais que pudessem confirmar a existência de tal contaminação, nem se foi confirmado que agiu como um fator contribuinte em qualquer ocorrência recente”, afirmou o relatório.
“No momento da emissão deste BEA, a Anac entra em contato com a ANP, investigando o caso relatado e avaliando a necessidade de ações oportunas, que dependerão da descoberta de que houve de fato uma situação de poluição de combustível, tipo, origem e período de suposta contaminação, também, se isso seria a causa da falha do componente ”, conclui.
No boletim, a companhia aérea recomenda que os pilotos, antes de cada voo, “inspecionem visualmente os componentes do sistema de combustível da aeronave quanto a deterioração ou vazamento e os componentes de borracha quanto a sinais de secura”.
“Se houver evidência, o proprietário ou operador deve procurar uma organização de manutenção de produtos aeronáuticos para tomar as ações corretivas ou preventivas”, acrescenta ele.
A Anac também anunciou aos proprietários e operadores para contatar os fabricantes de aeronaves e motores em que operam. Se a contaminação for confirmada, o combustível deve ser descartado adequadamente.