Talvez você tenha visto por conta própria Facebook ou em grupos e aí vídeos curtos, com duração de até 15 segundos, marcados com um logotipo laranja Câmera vídeo. Este é (outro) aplicativo Os chineses que estão se popularizando rapidamente entre os brasileiros, Kwai.
Se há anos se debate se a China poderá fazer com soluções de software o que já faz com hardware e conquistar consumidores “fora de casa”, fenômenos como Ali Express. TikTok e Kwai dão uma resposta clara: sim.
Kwai tem 300 milhões de usuários por dia em todo o mundo e já é considerado o menos “aplicativo baixado” no Google Play em pelo menos oito países, incluindo o Brasil, onde possui 12 milhões de fãs.
O sucesso final do aplicativo – originalmente criado para criar e compartilhar GIFs – foi liderado pela gigante Tencent, a maior Internet da China, para anunciar um investimento de US $ 2 bilhões em uma empresa com sede em Pequim. É interessante que a Tencent também seja uma investidora da rival TikTok, uma maneira muito típica de investir para quem conhece a Tencent: apostando em vários concorrentes, garantindo a vitória em qualquer caso. As notícias do investimento fizeram com que o valor de mercado de Kwaishou chegasse a US $ 29 bilhões, tornando-o já entre os maiores unicórnios do mundo.
O Brasil já é dominado pelo mercado Instagram e o Snapchat, que chegou ao país pela primeira vez, Kwai teve a inteligência de adotar um algoritmo “mais aberto”, no qual influenciadores iniciantes entregam seu conteúdo em grande medida, mesmo quando ainda não têm muitos fãs. As táticas se opõem, por exemplo, a serviços como o Facebook, que mantêm seus usuários irremediavelmente dentro de suas bolhas, assistindo ao conteúdo e quase sempre se comunicando com pessoas que pensam da mesma forma.
“Nosso algoritmo permite que o conteúdo de novos criadores de conteúdo seja visto com mais honestidade e oferece a nossos usuários a oportunidade de interagir com toda a comunidade assistindo a vídeos de vários autores diferentes”, disse ele. blogue Wu Yan, diretor de operações da Kwaishou, a empresa que controla o aplicativo.
Na maioria redes sociais, o principal critério de “entrega” é o nível de interação do autor do conteúdo com outros usuários. Quanto mais um autor se comunica com gostos ou comentários e outros os marcam, maior a probabilidade de eles aparecerem na parte superior do feed da postagem.
Aqueles que pouco se comunicam nas mídias sociais acabam limitados ao seu grupo de contatos e têm poucas chances de exibir seu conteúdo para mais pessoas. A lógica do algoritmo de Kwai é reconhecer o interesse de cada usuário e fornecer conteúdo que possa ser relevante, mesmo que seja produzido por um “autor” iniciante ou sem muitos seguidores.
O método de entrega parece interessante para a cadeia, que dependerá se mais “influências relevantes” em sua plataforma continuarão a crescer no Brasil. Por exemplo, uma das estrelas locais de Kwai é a dançarina Lara Romeiro, que ensina passos e coreografia online. Lara poderia usar qualquer plataforma para entregar seus vídeos. Ele escolheu Kwai e, devido às características do algoritmo, está próximo de atingir um milhão de seguidores em três meses de “posts”. Em outra rede, a jornada seria mais longa, precisamente por causa do algoritmo.
No Brasil, uma empresa que possui operações locais, como a rival TikTok, buscou parcerias com funkeiros, organizadores de festas populares, como São Joau, e canais de música, como Kondzilla. Uma tentativa é atrair fãs desses eventos e cantores populares para o aplicativo. Qualquer pessoa que revise a linha do tempo do aplicativo será confrontada com vídeos estrondosos no estilo “videotape” e esboços de humor involuntário “slapstick”. Eles são engraçados e, portanto, virais.
Atingindo uma audiência de 12 milhões de brasileiros, o aplicativo também está se tornando outra vitrine digital para marcas que podem exibir seus produtos, seja com conteúdo orgânico ou publicidade, um modelo de negócios que apóia a empresa.
Na China, com o advento da pandemia, os serviços de comércio eletrônico também se mudaram para aplicativos como Kwai, onde os “influenciadores” vendem produtos e colocam as perguntas dos consumidores ao vivo. Essa é uma tendência que, de acordo com as tendências recentes das revistas Louise e Lojas Renner, que lançaram recentemente serviços de comércio ao vivo, deveria ter se tornado popular no país.