O novo plano DSG 5G da Claro, um tipo de tecnologia de transição entre os celulares de quarta e quinta geração, chegará às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo pela primeira vez a partir desta terça-feira (14). A notícia foi anunciada pela operadora nesta quarta-feira (8).
O 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing) será oferecido em parceria com a empresa sueca Ericsson. A Claro compartilhará as frequências que já trabalham no Brasil para fornecer internet, disse ela, até 12 vezes mais rápido que o 4G tradicional – ainda não está trabalhando em bandas que usarão 5G e depende do leilão da Anatela (Agência de Telecomunicações), atualmente prevista para 2022.
Para fazer isso, você precisará de um smartphone compatível com a rede – e é muito improvável que seja o seu. Vários modelos são vendidos no exterior e, dentre os dispositivos disponíveis no Brasil, apenas o Motorola Edge e Edge +, lançado na semana passada, trazem a tecnologia. O preço também é um obstáculo, já que o mais barato custa R $ 5.499.
Na primeira semana de operação, o 5G DSS da Claro terá cobertura nas regiões limitadas das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o serviço pode ser acessado pela Avenida Paulista e Jardins, e posteriormente expandido para bairros ao sul e oeste: Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklin, Vila Olímpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera e Santo Amaro.
No Rio de Janeiro, o 5G estará disponível em Ipanema, Leblon e Lagoa. Em seguida, a cobertura será estendida a toda a fronteira, de Lema a Barr da Tijuca. Jardim Oceânico, Joá, São Conrado e Copacabana serão incluídos na rede.
Alguns dos critérios que a empresa usa para os primeiros locais a receber 5G DSS são:
- Demanda de tráfego (estas são as cidades que mais precisam de cobertura da Internet)
- Infraestrutura modernizada para 4,5 G
- Penetração de smartphones de nova geração (vários usuários com iPhones, Galaxy S10, etc.)
- Densidade populacional
5G, mas não “definitivamente”
A novidade da Claron é o primeiro passo do comercial 5G no Brasil. É uma tecnologia que fornece velocidades mais altas para o usuário e alguns recursos prometidos pela quinta geração móvel, mas esse serviço ainda não pode ser considerado uma versão “definitiva” do 5G.
O 5G DSS é o resultado de alguns eventos recentes:
- Em 1 de novembro de 2018, a Anatel aumentou o limite de faixas de frequências que uma operadora poderia usar no mesmo município;
- Em março de 2019, a America Movil (proprietária da Claro) anunciou a compra da operadora Nextel, e o contrato foi aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em dezembro daquele ano. Como resultado, a Claro herdou as bandas de frequência da Nextel, como 1,8 GHz e 2,1 GHz;
- Em junho deste ano, equipamentos 5G estão permitido no Brasil após atualizar os requisitos técnicos da Supervisão de Subvenções e Recursos, a mão da Anatel.
Resumindo: as pistas que a Claro obteve da Nextel começaram a ser usadas para “bombear” seu espectro de frequências com o que chama de 5G SDD. Pode ser considerado um meio entre 4G e 5G, capaz de alternar dinamicamente as frequências de localização para obter velocidades de conexão mais altas.
Imagine uma estrada grande: você pode ter uma Ferrari passando em alta velocidade e outro carro passando em velocidade normal. É como 4G Isto é 5G se eles cederem espaço um ao outro na faixa da rodovia, sem criar congestionamentos, cada um na sua própria velocidade.
A explicação é Fiori Mangone, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Qualcomm, fabricante do processador e modems para telefones móveis. “A Ferrari passa, usa a rede e libera espaço para outros carros passarem no mesmo lugar. É o mesmo com o modelo DSS“, em comparação.
A solução encontrada pela Claro também foi adotada por operadoras estrangeiras. Era tecnologia DSS o que permitiu aos americanos ATT expandir, no final de junho, sua cobertura de 5G para uma área habitada por 160 milhões de pessoas.
O ponto é que, apesar dos méritos do operador, 5G Não é apenas aumentar a velocidade, disse Adão Boava, professor e pesquisador de telecomunicações da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Seu telefone terá uma Internet mais rápida, mas essa rede DSS não ajudará em outras situações planejadas para o 5G final.
“O Real 5G trata da falta de recursos das redes atuais para aplicativos de IoT [internet das coisas em inglês], Indústria 4.0, Big Data e outros ”, afirma Boava.
“O 5G usará espectro baixo, médio e alto alcance. O DSS pode ser uma maneira de acelerar o acesso ao espectro baixo e médio alcance que já está sob concessão, mas não elimina a necessidade de alocar mais espectro para melhorar o 5G”, diz José Otero, vice-presidente do 5G América para a América Latina e o Caribe.
Outra questão técnica 5G ausente em DSS é baixa latência – ou seja, o tempo de reação entre os pacotes de dados enviados à rede e de volta ao dispositivo- que é mais um indicador da qualidade da conexão do que da velocidade. No entanto, é necessário que os objetos conectados possam ser controlados remotamente quase sem demora, como carros autônomos.
Até a licitação, a Claro pode usar alternativamente a mesma parte do espectro e habilitar a conectividade 4G e 5G, quando esta finalmente operar no país.
De qualquer forma, o 5G DSS deve coexistir com redes 5G exclusivas, no Brasil após o leilão ou no resto do mundo.
Segundo Mangone, os operadores não devem se limitar ao DSS. Poderia ser um ponto de partida para o 5G, como a Claro decidiu, ou um complemento ao que começou a ser oferecido em frequências de 3,5 GHz ou outras bandas de radiofrequência. Mas é certo que a rede composta apenas por 5G DSS não poderá usar totalmente as telecomunicações de quinta geração.
Outros podem aparecer, diz Anatel
Presidente Anatela Leonardo Euler, declarou em maio que existem condições técnicas para a redistribuição do espectro usado em 4G; é esse processo que o DSS habilita.
“Os provedores de serviços de telecomunicações que operam no Brasil são livres para implementar redes 5G em qualquer banda de radiofrequência já aprovada. A Anatel busca sempre atualizar seus padrões técnicos para não interferir na certificação. E na aplicação de equipamentos de qualquer tecnologia disponível no mercado “, disse a Anatel em comunicado Viés.
A Claro tem a vantagem de ter mais espectro graças à compra da Nextel, mas todas as operadoras brasileiras podem atualizar suas redes para o 5G DSS. Segundo Mangone, a atualização da infraestrutura de suas redes seria suficiente.
Segundo na América do Sul
O anúncio da Claro faz do Brasil o país terceiro da América do Sul a ter uma rede comercial de 5G à sua disposição. Em abril de 2019, o Uruguai é via Antela, estatal, e é operado pela Nokia, o primeiro país a oferecer um lançamento 5G comercialmente no continente, seguido em dezembro pelo Suriname.
Trinidad e Tobago, Canadá e Estados Unidos (incluindo as Ilhas Virgens dos EUA e Porto Rico) são outros países da América do Norte, América Central e Caribe em que esses serviços são oferecidos.