A nova gasolina nacional será melhor e mais cara; entender a química por trás – 16.07.2020

A “nova gasolina” chegará em breve aos consumidores brasileiros. A partir de agosto, as refinarias e combustíveis nacionais que chegarem ao Brasil deverão cumprir os novos padrões de qualidade da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Mas afinal, o que está mudando cientificamente nessa gasolina?

Especialistas apontaram que a “nova gasolina” tem alterações físicas e químicas que tendem a aproximar o combustível vendido aqui do vendido na Europa e nos Estados Unidos. ViésTende a ser mais eficiente, especialmente em carros mais modernos.

A maioria dos combustíveis produzidos no Brasil já segue algumas dessas especificações, mas agora será obrigatória e padronizada a partir de 3 de agosto, com um período adicional de 60 dias para as refinarias e 90 dias para as estações “inflamarem” o antigo suprimento de combustível, a Resolução 807/2020 passou é em janeiro, após discussões que recuam desde 2017.

Abaixo, entenda cientificamente as três principais mudanças que sua gasolina passará até agosto:

Octano

O índice refere-se ao nível em que a gasolina pode suportar a pressão do motor sem combustão espontânea.

Existem dois tipos:

  • MON (número de octanas do motor, traduzido literalmente), que estima a resistência da gasolina à detonação (combustão por ignição de um carro) quando o motor está em plena carga e em alta velocidade;
  • RON (número de octanas da pesquisa), que é a resistência do combustível quando o motor é carregado e em baixas velocidades.

Como foi?

No Brasil, apenas o MON e o IAD (Índice Antidetonante) são listados, que é a média entre o MON e o RON. Estima-se que a gasolina usual no Brasil tenha um RON 91 com um IAD 87 – na Europa o RON é em média 95 e pode atingir um nível de até 98.

Como vai ser agora?

A partir de 3 de agosto, a gasolina convencional vendida no país deveria ter um valor mínimo de 92 para o RON. Em janeiro de 2022, o valor mínimo de octanagem de RON deve ser 93. A Petrobras confirmou Viés que seu combustível já terá um valor de 93 para o octano RON já em agosto.

Por que isso é importante?

Essa mudança afetará principalmente veículos mais modernos que tinham um novo design de motor e sofriam mais com a gasolina antiga.

“O recurso RON aparece muito nos motores mais modernos. A tecnologia e a eletrônica mais avançadas reduzem o peso do motor, mantendo a mesma potência. Eles precisam de mais RON, que não foi monitorado no Brasil. Uma carta da indústria automobilística foi escrita para mudar a ANP”. ele explica Viés Rogério Gonçalves, especialista em combustíveis da Petrobras.

Os carros mais modernos de alguns anos atrás começaram a representar alto consumo de gasolina, o que gerou reclamações dos consumidores. Um RON muito baixo pode levar a falhas do motor em casos mais drásticos para criar combustão espontânea.

A gasolina brasileira com um RON mais alto também se aproxima das de países como Estados Unidos e Europa, onde estão localizados os principais centros de fabricantes de automóveis. Como geralmente se pensa que os carros são montados nesses locais, eles poderiam chegar ao Brasil com dificuldade de se ajustar aos padrões nacionais.

“Os veículos com uma taxa de compressão muito alta precisam de combustível de alta octanagem. Caso contrário, o fenômeno de pré-ignição ocorre e cria um ruído que chamamos popularmente de ‘golpe de pinos’. Geralmente, a indústria luta por qualquer décimo de octanagem.” Gonçalves.

Massa específica

Também conhecida como densidade, a gravidade específica depende do refino de petróleo e é importante para limitar a potência da gasolina.

Como foi?

O Brasil não especificou parâmetros ou restrições. Estima-se que a gasolina brasileira comum varie entre 700 kg / m3 e 740 kg / m3, com a maior parte da gasolina importada em um intervalo menor.

Como vai ser agora?

Gasolinas comuns e premium devem ter um peso específico mínimo de 715 kg / m3.

Por que isso é importante?

Essa mudança pode servir para dar mais energia à gasolina nos carros que circulam aqui.

“Com a mesma quantidade de volume, digamos um litro, quanto menor a densidade, menos energia eu tenho. Vou colocar um litro no carro e a gasolina de baixa densidade pode fazer menos milhas por litro”, diz Everton Lopes, mentor de tecnologia e inovação da SAE Combustion Energy. engenheiro de mobilidade) Brasil.

Essa mudança é um dos fatores que podem aumentar a gasolina nos carros. É esperado um rendimento cerca de 5% maior por litro – o preço aumentará ao mesmo tempo. Estabelecer um limite mínimo garante uma quantidade mínima de energia na gasolina.

Temperatura de destilação 50%

Este é um dos parâmetros utilizados no processo de destilação da gasolina. Chamado “50% de evaporação”, é o momento em que 50% da massa evapora.

Como foi?

Antes disso, não havia restrições mínimas. Havia apenas um limite máximo de 120 ° C para a gasolina do tipo A e 80 ° C para o tipo C.

Como vai ser agora?

O T50, como é chamado o índice, para gasolina regular será de 77º C.

Por que isso é importante?

Segundo a ANP, esses parâmetros de destilação afetam a potência e o desempenho do motor, além do gerenciamento pessoal de automóveis. Segundo os especialistas, quanto mais fácil você evaporar, melhor o desempenho do motor em diferentes cenários.

“Ele melhora a curva de aquecimento do motor pela manhã quando o carro arranca, tem uma melhor resposta do motor em velocidade ou acelera quando sai de uma corrida de velocidade”, por exemplo, Lopes.

Impactos da mudança

Segundo a ANP, o Brasil aumentou o nível de importação de gasolina – de 3,2 milhões de barris em 2010 para 30,3 milhões em 2019. Em 2018, 19% da gasolina vendida aqui foi importada. Isso cria uma “zona” de padrões que podem ser prejudiciais aos carros.

“A gasolina brasileira estava nesse nível mais ou menos, mas, quando se tratava de importância, havia o perigo de diferir. Agora, o lote comprado será comprado dentro desta especificação. Com a condição de que possamos separar um bom produto de um produto ruim”. ele diz Lopez.

A Petrobras diz que a produção de nova gasolina não é um problema, porque as refinarias são bastante adaptáveis ​​aos novos padrões. Ao mesmo tempo, já foi anunciado que o combustível no Brasil será, portanto, mais caro.

“Esta nova formulação de gasolina torna possível reduzir o consumo de combustível do motor de 4% a 6%. Esse aumento na eficiência compensa a diferença no preço da gasolina, pois o consumidor percorre mais quilômetros por litro. Embora essa gasolina tenha um custo de produção mais alto, não é o final preço ”, destaca a Petrobras em nota, também citando preços de mercado e outras variáveis ​​como o valor de um barril de petróleo, a taxa de câmbio e a taxa de câmbio.

A gasolina também não será trocada da noite para o dia 3 de agosto. Algumas das mudanças vêm ocorrendo nos últimos meses. Outras características da gasolina nacional não serão alteradas, como a porcentagem de etanol misturado, que é retido em 27% para gasolinas convencionais e aditivas e 25% para gasolina premium.

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