Em meio à incerteza e novas direções após a pandemia, todas as esferas da sociedade estão procurando soluções eficazes para permanecerem vivas. Não há nada de diferente no campo da educação. Os efeitos colaterais dessa crise tiraram o aluno da sala de aula e o colocaram em um universo digital que, muitos até agora, não haviam experimentado.
Era uma realidade que estava além dos planos de muitas instituições de ensino. Afinal, a educação no Brasil, básica ou superior, sempre enfrentou desafios gigantescos e é difícil de resolver. Por exemplo, as ferramentas tecnológicas que ajudavam os alunos dentro e fora da sala de aula já faziam parte do antigo debate. De repente, professores e alunos tiveram que recorrer à tecnologia para sustentar o ano letivo, a única alternativa que restava às escolas em meio à distância social. O ensino a distância é uma nova tendência no mundo pós-pandemia?
Da mesma maneira que buscamos a vacina e o tratamento contra a covid-19, também queremos encontrar a dose ideal para manter os estudos da maneira mais saudável. Não basta ter dispositivos tecnológicos se a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE mostrar que 30% dos domicílios não têm acesso à Internet – ou seja, muitas pessoas. E esse é o primeiro problema que deve ser resolvido.
Temos uma séria limitação para alunos e professores que não possuem um computador, telefone celular, software e internet de qualidade. Tudo isso torna difícil encontrar respostas sobre como será a educação nos próximos anos.
Muitas instituições privadas têm uma gama de recursos, mas se pensarmos nas escolas públicas, ainda precisamos de várias iniciativas governamentais para tornar a EAD uma realidade sem aumentar a desigualdade social no país. Essa deveria ser uma prioridade do governo, mas mesmo antes da pandemia, vimos vários cortes no campo da educação.
O fato é que a tecnologia é aliada no sucesso educacional e minimiza os efeitos negativos impostos pelo isolamento social. Por esse motivo, a regressão em uma pós-pandemia não pode ser uma alternativa. Precisamos expandir o que oferecemos aos alunos, porque estamos no meio de uma transformação digital que também está afetando a educação brasileira.
O desafio que as escolas de ensino fundamental e médio enfrentarão a partir de agora é manter um equilíbrio entre o ensino presencial e o uso de ferramentas tecnológicas. A integração entre o mundo presencial e o ambiente digital fará parte da educação do futuro. A realidade sugere que tragamos uma mistura de educação tradicional com ferramentas que ajudam em todos os processos.
Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância, o número de alunos matriculados nessa modalidade era de 9 milhões em 2019. Prevê-se que a EAD ocupe um lugar muito maior nos próximos anos, mas isso não significa que a educação sob a perspectiva sairá de cena. Pelo contrário, continuará a existir, especialmente para as pessoas que têm essa tendência. A novidade é que os cursos podem ser oferecidos em parte pessoalmente e em outros através de plataformas digitais.
Uma parte importante da manutenção da integração desse processo é o treinamento prévio do corpo docente. Muitos professores são resistentes a esse modelo há anos e agora precisarão de uma nova adaptação. O esforço deve ser compartilhado para que não haja experiência traumática.
A certeza que temos é que, mais cedo ou mais tarde, o apocalipse passará e manteremos as salas de aula e o mundo digital integrados. Este é o futuro da educação: as telas já estão se tornando ambientes que permitem que alunos e professores se conectem de forma criativa, com foco e qualidade. Os tempos mudaram e a educação também, mas só podemos nos beneficiar da transformação ainda por vir!