O cobre é o mesmo para o coronavírus e a prata para o vampiro: ambos os metais têm o poder de deter esses vilões. Atualmente, a tecnologia IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica) afiliada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e a uma empresa de aplicação de metais para aplicação de metais produz nanopartículas de cobre que podem ser colocadas em tintas, tecidos e até em álcool gel.
O cobre metálico mata bactérias, fungos e destrói vírus porque inicia um processo de oxidação que destrói a membrana da proteína que cobre e protege esses microrganismos.
“Então, com acesso a material genético [o cobre] causa sua decadência [do vírus] e, portanto, inativação do vírus ”, afirma Pedro Paulo Noronha Silva de Jesus, analista de pesquisa e inovação da Cecil e um pesquisador visitante do IPT.
Devido a essa propriedade, as superfícies contendo cobre podem atuar como desinfetantes passivos. Em outras palavras, tintas enriquecidas com cobre e aplicadas em aço, madeira e plástico, nas superfícies de corrimãos, portas, janelas, atolamentos, bancos e pias, poderiam libertá-las da Covid.
“Podemos ter um ambiente muito mais seguro do ponto de vista do controle de infecções nos metrôs, estações ferroviárias e BRT, pontos de ônibus e hospitais, neste caso, estabelecendo um protocolo nacional específico”, explica o diretor-presidente. Cecil. Antonietta Cervetto.
Mais barato que a prata, o cobre é igualmente eficaz
As nanopartículas são capazes de destruir vírus em quatro horas e matar bactérias em 23 minutos, pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e da Universidade de Princeton, ambos dos Estados Unidos. Essa característica, chamada efeito oligodinâmico, tem sido objeto de algumas pesquisas.
“O cobre é usado há muito tempo como bactericida e também tem a capacidade de desestabilizar os capsídeos [camada externa] vários vírus. Muitos hospitais usam ligas de cobre em maçanetas, corrimãos e outros itens apenas para essa propriedade ”, diz Rômulo Neris, virologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador visitante da Universidade da Califórnia, Davis (EUA).
“Protocolos dos Estados Unidos e da Europa mostram que 100% da superfície ou liga de cobre na qual a presença deste metal é pelo menos 60% mantém propriedades antimicrobianas com a mesma intensidade”, diz Cervetto.
A ação é eficaz e mais barata em comparação às iniciativas que usam prata, um metal que também possui propriedades antimicrobianas – de acordo com a Bolsa Internacional de Metais (LME), o cobre é, em média, três vezes mais barato que a prata.
Jesus diz que a permanência dessa propriedade dependerá de onde essas nanopartículas são aplicadas.
“Quando incorporado em plásticos e tintas, é fixado e ancorado, retendo o efeito antimicrobiano por um longo tempo. Quando usado na fase líquida, como no caso de seu uso como desinfetante líquido, a ação antimicrobiana será imediata e será necessária uma aplicação adicional. para manter o desempenho ”, diz ele.
É seguro usar cobre dessa maneira?
Viés conversei com médicos para saber se manipular e até engolir nanopartículas de cobre poderia prejudicar a saúde humana. A avaliação deles é que o metal geralmente é inofensivo e que reações adversas são raras.
Paulo Created, coordenador do Departamento de Medicina Interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), disse que, embora exista, a alergia ao cobre é “extremamente rara”, em comparação com a causada por outros metais, como níquel ou cobalto.
Ele diz, no entanto, que algumas pessoas desenvolvem uma alergia se o cobre é misturado com uma substância conhecida como alginato, que os dentistas costumam usar em curativos ou manipular dentistas. “O cobre pode não ser o principal responsável, mas se houver alginato associado, pode causar hipersensibilidade alérgica”, diz ele.
Ingestão acidental nanopartículas O cobre também pode criar problemas se uma pessoa engolir mais de 10 mg de metal em um dia, disse Alexandre de Sousa Carlos, gastroenterologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo.
“Essa hipótese de que uma criança lambe uma parede com nanopartículas de cobre não seria suficiente para causar envenenamento. É difícil ter um excesso de cobre, porque deve ser maior que 10 mg de cobre por dia. [para causar algum tipo de problema]”, ele explica.
O gastroenterologista também explica que o excesso de cobre pode causar sintomas que incluem dor abdominal, náusea, vômito e diarréia. “Intoxicações graves podem causar insuficiência hepática, renal e até coma”, acrescenta.
No entanto, ele diz que nossa dieta diária deve ter cobre. “É um mineral obtido através dos alimentos e considerado crucial para o organismo. O papel do cobre é principalmente participar da produção de algumas células sanguíneas, hormônios e enzimas antioxidantes. A ingestão diária recomendada para um adulto é de 1 a 1,4 mg por dia”, diz ele.
* Colaboração Rodrigo Lara