A Alesp (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo) aprovou um projeto de lei que prevê um feriado em 9 de julho (Constituição) e na segunda-feira seguinte (25). A medida é uma tentativa do governo de expandir o isolamento social no estado, que concentra a maioria dos casos confirmados e mortes até a morte 19 e se tornou o epicentro do vírus no país.
O texto foi aprovado sem votação nas emendas. A sessão foi encerrada às 4h devido à falta de quorum. Uma sessão extraordinária foi convocada para esta sexta-feira, às 10 horas, para continuar a discussão do projeto.
Adicionando uma nova regra às expectativas já sancionadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), a capital paulista deve ter um “mega break” de seis dias. O feriado começou na quarta-feira e agora está sendo prorrogado até a próxima segunda-feira.
47 deputados votaram a favor da medida e 5 foram contra, em quatro sessões extraordinárias em quase 14 horas de debate. A previsão de feriado de 9 de julho deve ser sancionada pelo governador João Doria (PSDB), mas há uma tendência para ele aprovar a medida.
O projeto foi adotado com urgência e votado em dois dias após sua apresentação pelo governo. O debate que precedeu a votação foi marcado por defesa e ataques ao governo de Jair Bolsonar (sem partido) e isolamento social. Representantes da bolsonarística falaram e se posicionaram contra a antecipação dos feriados.
O deputado Gil Diniz (PSL), conhecido como “carteiro da reaça” e se juntando às fileiras dos apoiadores do presidente em Alespo, chamou o projeto de Dora de “improvisado” e “desrespeitoso com o Parlamento”.
Outros parlamentares apoiaram as críticas, mesmo aqueles que apoiaram a medida, porque entenderam que o governo poderia ter enviado a proposta anteriormente.
Correligionário de Diniz, deputado de Frederico D’Avila, foi um dos que se opuseram à antecipação do feriado. “Pior ainda do que está acontecendo, é manter as pessoas em casa e criar essa infecção através de um tubo: a pessoa que sai de casa vai à farmácia, ao mercado e, quando volta, contamina outras pessoas”, afirmou.
Os parlamentares progressistas e a seção de direita que apóiam o governo João Doria defenderam o projeto, mas disseram que a medida é “paliativa” e não trata os problemas decorrentes da pandemia com profundidade suficiente.
Falando na sessão de hoje, a Primeira Vice-Presidente Mônica Seixas (PSOL) disse que a previsão do feriado era “melhor que nada”, citando medidas restritivas mais radicais para conter a pandemia.
“O isolamento vai durar. A quarentena vai durar. A capital está passando por um colapso da saúde. Não há hospital vazio. Os pobres vão trabalhar porque precisam. Enquanto isso, o bolsonarismo está sequestrando um pequeno comerciante porque o governo de São Paulo não está respondendo como pagar as contas”, disse Seixas. .
As alterações foram omitidas na votação
Entre as emendas rejeitadas estavam pontos como a restrição de estradas “no perímetro de 150 km da capital zero da Terra”, com a instalação de barreiras sanitárias de acesso, propostas pela bancada do PT, e a suspensão do registro de pessoas físicas e jurídicas em Cadino (Cadastro de Informações Não Pagas) empréstimos de órgãos e entidades estatais), propostos pelos novos parlamentares.
O deputado Caio França também teve uma proposta relacionada às rodovias. Ele e outros parlamentares ligados à Baixada Santista temem um grande deslocamento daqueles que vivem em São Paulo no litoral durante o feriado, o que exacerbou a pandemia na região.
Também houve emendas que indicavam “fechamento”, uma medida de isolamento completo, e foram anunciadas no governo e na prefeitura. O deputado Paulo Fiorilo (PT) propôs a adoção do regime, que entraria em vigor entre 1 e 15 de junho; a publicação da proposta no Diário Oficial de hoje está amplamente disseminada nas redes sociais, mas o texto foi rejeitado ontem.
“Não basta antecipar férias. Se as pessoas não podem ficar em casa por uma semana, um mês, dois meses. (…) estamos aqui, cortamos fundos do escritório, mas quem não tem onde levá-los?” , disse o deputado PT Jorge do Carmo durante a sessão de hoje em Alespo.
Que férias já estamos esperando?
Na cidade de São Paulo, foram planejadas as férias de Corpus Christi (que seriam comemoradas em 11 de junho) e as férias de Consciência Negra (20 de novembro). A Alesp aprovou a antecipação do feriado da revolução constitucional (9 de julho) até a próxima segunda-feira (25 de julho), e o texto deve ser sancionado pelo governador João Doria.
O ponto opcional se aplica a todos?
Não. De acordo com uma portaria do conselho da cidade, este não será um ponto opcional nos escritórios públicos municipais para aqueles que trabalham em “unidades de saúde, seguro da cidade, assistência social e serviços funerários”.
Como é realizada a rotação?
Com o feriado, a rotação do veículo não será aplicada na quarta-feira (20) e na quinta-feira (21). Se uma lei que sanciona o feriado da revolução constitucional for sancionada, também não haverá restrições na próxima segunda-feira (25).
Embora sexta-feira (22) seja opcional e não um feriado, a cidade estendeu o lançamento de esculturas até o final da semana.
Assim, veículos com placas finais 5 (cinco), 6 (seis), 7 (sete), 8 (oito), 9 (nove) e 0 (zero) poderão circular pela cidade sem restrições nesta semana.
A multa para quem não respeita a rotação é de US $ 130,16. O motorista também foi multado em quatro pontos na carteira de motorista.
Isolamento
Por meio de medidas, o estado e a cidade pretendem melhorar a taxa de isolamento, que geralmente é maior nos fins de semana e feriados.
Tanto a capital quanto o estado apresentaram baixas taxas de isolamento, o que preocupa as autoridades, pois a ocupação do leito de UTI é reservada para casos coronavírus 71,7% no estado de São Paulo e 87,9% na Grande São Paulo.
Nos dias úteis, o estado varia entre taxas de isolamento de 47% a 48%. Na capital, essa taxa normalmente varia de 47% a 48% de segunda a sexta-feira e aumenta nos fins de semana.
Na semana passada (17), o capital registrou 56% de isolamento social, enquanto na terça-feira (19), por exemplo, o índice foi de 49%. Especialistas que trabalham no Coronavirus Contingency Center, que teoricamente apóia decisões estaduais e municipais, dizem que 70% é o menos recomendado para tentar conter uma curva de contaminação por vírus.