Quando uma sequência de boas jogadas não atende às expectativas, é comum reclamar que é “mais a mesma coisa”. Afinal, novas experiências e abordagens inovadoras esperam por você – todas “maiores, melhores e mais bonitas”, para lembrar a campanha de marketing “Gears of War 2”. Ao contrário da regra, posso dizer que a sequência “Niohori“é mais o mesmo, e eu (quase) não tenho ninguém a quem reclamar.
As semelhanças entre o novo jogo – que ainda não tem data de lançamento – e seu antecessor a partir de 2017 são impossíveis de ignorar, principalmente em termos de jogabilidade. Lutas ágeis, alternando entre três posições de armas, configuração e dificuldade: tudo indica que você está jogando uma sequência, literalmente, do primeiro jogo.
Lembremos, é claro, que “Nioh 2” ainda está em fase de teste (fizemos uma demonstração de “alfa fechado”), e o objetivo dos desenvolvedores do Team Ninja é obter feedback. Então, as coisas podem mudar, mas já temos uma boa ideia do que está por vir.
Criando personagens
Você não jogará mais com um personagem principal definido, como no primeiro jogo com William Adams. “Nioh 2” tem um sistema de criação de personagem, como nos jogos da série Souls, como “Dark Souls” e “Bloodborne”. Segundo o diretor Fumihiko Yasuda, este foi um pedido de muitos jogadores de “Nioha”.
Apenas algumas apresentações predefinidas puderam ser selecionadas na demonstração, mas os menus indicaram que haveria mais opções para esse tipo de personalização.
Fiquei preocupado porque um dos momentos mais importantes do primeiro jogo era apenas uma narrativa clara e bem desenvolvida, apoiada no fato de controlarmos um personagem definido. Durante a demonstração, nem sequer foi possível ver como seria a história de “Nioh 2”, por isso vivemos o mistério por enquanto.
Ajustes de combate
Embora baseado no primeiro jogo, o jogo traz novidades. A principal possibilidade é usar o poder dos yokai – demônios que apareceram como inimigos do primeiro jogo, a seu favor. De fato, seu personagem tem “sangue yokai” e pode se tornar uma versão desse monstro em pouco tempo. E isso, é claro, o fortalece e garante movimentos e poderes únicos.
Vale lembrar que o sistema mais próximo do primeiro jogo foi a capacidade de permear sua arma com o poder de sua guarda.
Além disso, ao derrotar os inimigos, é possível que eles deixem para trás um objeto semelhante ao coração. É possível equipar até dois desses itens, o que permite convocar o inimigo em questão durante o combate.
Onde está o meu kusarigama?
O sistema básico que garante pontos de acordo com a maneira como você usa um tipo específico de arma permanece, mas a árvore de habilidades de cada arma – e é onde você gasta os pontos ganhos – é diferente e tem mais opções. Por outro lado, o número de armas diminuiu: pelo menos nesta versão demo, é possível jogar com uma katana, odachi (um tipo de espada pesada), lanças e machados duplos.
No primeiro jogo, havia apenas eixos duplos. Por outro lado, havia mais opções: uma katana dupla, um machado, uma tonfa e minha favorita, kusarigama: cabelos presos a um peso usando uma corrente que tornava o jogo algo especial. Essa limitação no arsenal me incomodou, mas nada impede que ele mude até a versão final.
Missões online e formas de trabalhar
É possível jogar duas missões na demo, uma das quais com a versão “crepúsculo”, muito mais difícil que a original. No final de cada um vem um seguro: um demônio que usa fogo chamado Enenra e uma cobra gigante chamada Yatsu-no-Kami. São batalhas divertidas e com uma boa dose de desafio, exigem atenção, paciência e, obviamente, a habilidade dos jogadores.
O modo internet também está presente, com algumas nuances. Como no primeiro jogo, você pode ajudar outros jogadores (e ajudá-los) ou iniciar uma expedição para uma missão – e neste segundo modo, os jogadores podem morrer.
Além disso, existem dois modos multiplayer assíncronos: um, já presente no primeiro “Niohu”, permite confrontar o espírito de outros jogadores ao interagir com os chamados túmulos sangrentos espalhados pelos níveis. Por outro lado, há uma novidade: túmulos bem-intencionados, nos quais é possível convocar o espírito de outro jogador para ajudá-lo durante a missão.
Apenas no PS4?
Quanto ao aspecto visual e sonoro, “Nioh 2” mantém o nível de seu antecessor, o que é uma coisa boa. A atmosfera do Japão entre os séculos XVI e XVII é bem reproduzida, tanto no vestuário dos personagens quanto no estilo dos edifícios.
Se, por um lado, não há tanta inovação, por outro lado, “Nioh 2” reproduz e expande boa parte da qualidade do primeiro jogo consecutivo. Agora resta saber quando o jogo chega e se estará disponível apenas para o PlayStation 4 – como já mencionado – ou terá versões para PC, como no primeiro jogo algum tempo após o lançamento, e no Xbox One.