O número de mortes por covid-19 no mundo atingiu nesta quarta-feira o impressionante número de 781 194. Em termos absolutos, os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, não só em número de casos, mas em número de mortos – 171 833 Em seguida vêm o Brasil, com 109 888 mortes, o México com 57 774 e a Índia com 52 889 mortes.
Só nos últimos sete dias, os dois principais países desta lista, Os Estados Unidos e o Brasil registraram uma média diária de mortes perto de mil – 989 no gigante sul-americano, 899 nos EUA.
Mas esses números não tornam os EUA e o Brasil os países com maior taxa de mortalidade por covid-19. Na verdade, e como tem acontecido quase desde o início da pandemia na Europa, O país com a maior taxa de mortalidade é a Bélgica. De acordo com local worldômetros, que reúne dados sobre o contágio de covid-19 em todo o mundo, a Bélgica, com uma população de 11,5 milhões de habitantes, registra 859 mortes por milhão. Após atingir o pico de casos em meados de abril, a Bélgica conseguiu diminuir os números nos meses seguintes. Nas últimas semanas oscilou entre as poucas centenas de novos casos diários, mas interpolados por dias quando os 700 ou 800 casos passam – em 15 de agosto atingiu 922 casos. Nos últimos sete dias, foram 74 mortos.
Considerando apenas os países e territórios com mais de um milhão de habitantes, o Peru é o próximo país da lista, com 807 mortes por milhão. E depois, vários países europeus: Espanha, com 613 mortos / milhão; o Reino Unido, com 609; e Itália, com uma proporção de 586 mortos por milhão de habitantes. Em seguida, vêm a Suécia (573) e o Chile (551), seguidos pelos dois países que apresentam os maiores índices de mortalidade diária – Estados Unidos, com 529 mortes por milhão de habitantes; e o Brasil, com números um pouco menores, 517 óbitos.
Em seguida, vem a França, com 466 mortes por milhão de habitantes. Portugal aparece nesta lista em 25º, com 175 mortes por milhão de habitantes.
A universidade americana JohnsHopkins contabiliza óbitos por 100 mil habitantes, com a Bélgica em primeiro lugar (87 óbitos), Peru (82,7) e Reino Unido (62). No que diz respeito à mortalidade em relação ao número de casos detectados, a Itália é a que apresenta a maior proporção, com uma taxa de mortalidade de 13,9%. Em seguida veio o Reino Unido, com 12,9%, e a Bélgica, com 12,6%.
Portugal regista 17 mortes por 100 mil habitantes. Em relação aos casos identificados de covid-19, a taxa de mortalidade é de 3,3%.
Números podem estar subestimados
A explicação para isso classificação está longe de ser claro, mas as autoridades belgas têm insistido que os números resultam da forma como as mortes pelo novo coronavírus são contadas no país, que se somam não só a mortes confirmadas por covid-19, mas também a casos suspeitos, incluindo tudo o que ocorre em lares de idosos.
Há países que contam apenas mortes em hospitais e outros que contam como mortes por covid-19 aqueles que tiveram um teste positivo anterior. O que significa que a contagem de mortes do novo coronavírus pode ser seriamente subestimada em muitos países. Apenas alguns dias atrás, o O jornal New York Times adiantou que o número real de mortes por covid-19 nos Estados Unidos já chegará a 200 mil.
Segundo o jornal, pelas contas desde março, esse é o número de óbitos registrados acima dos valores normais para o mesmo período, segundo dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, órgão público responsável pela publicação dessas cifras.
As mortes adicionais não permitem por si só uma conexão com o covid-19, mas o jornal analisou a evolução geográfica da doença – que começou com o epicentro em Nova York – e concluíram que o aumento da mortalidade não atribuído a covid 19 acompanha essa dispersão geográfica. Conforme o novo coronavírus se espalhou para o sul e oeste, o padrão incomum de aumento de mortes por outras causas também mudou de Nova York para essas áreas.