Brasileiros encontram uma estrela que acaba girando a cada 30 segundos

Uma equipe de pesquisadores, cinco deles brasileiros, descobriu Estrela e branca, uma espécie de estrela de alta densidade, do tamanho do nosso planeta, que gira em torno de si a cada 30 segundos, estabelecendo um recorde entre todas ans brancos conhecido.

Chamada CTCV J2056-3014, a estrela foi encontrada graças a observações de raios-X feitas por um telescópio espacial XMM-Newton, da Agência Espacial Européia (ESA), e na luz visível aos nossos olhos através do telescópio Zeiss do Observatório Pico dos Dias (OPD), em Minas Gerais, operado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA / MCTI).

A descoberta foi feita por uma equipe formada por Raimundo Lopes de Oliveira Filho, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Observatório Nacional (ON), Albert Bruch, do Laboratório Astrofísico Nacional (LNA), Claudia Vilega Rodrigues, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ), Alexandre Soares de Oliveira, da Universidade do Vale do Paraba (UNIVAP) e Koji Mukai, da NASA e da Universidade de Maryland Baltimore County (UMBC), nos Estados Unidos. O estudo foi publicado em uma das revistas científicas mais importantes Astrofsica Astrophysical Journal of Scripture.

CTCV J2056-3014 na verdade um Sistema Binário, localizada a 850 anos-luz de nós, composta por duas estrelas orbitando a uma distância igual à entre a Terra e a Lua. O que chamou a atenção da equipe foi a mudança no brilho do sistema tanto nos raios X quanto na luz visível, que se repetem a cada 29,6 segundos. Essa variação está relacionada ao tempo de rotação do ímã branco.

Antes dessa descoberta, o período de rotação mais curto conhecido em um ímã branco era de 33 segundos. Poucos são conhecidos por girar em menos de 100 segundos. Na maioria das vezes, a rotação dura de alguns minutos a várias horas quando eles estão em sistemas binários e alguns dias em estrelas “isoladas”.

“O exame de fenômenos astrofísicos extremos nos permite avançar a física sob condições que são difíceis ou mesmo impossíveis de produzir em nossos laboratórios. O estudo J2056-3014 do CTCV tem implicações científicas importantes para a interação da matéria com o campo magnético, que é de grande interesse para a física e que ocorre nesse sistema com matéria caindo sobre uma estrela magnetizada e em alta rotação ”, afirma o pesquisador Raimundo Lopes de Oliveira Filho. professora da Universidade Federal de Sergipe e do Observatório Nacional, que conduziu o estudo.

“O que foi observado no CTCV J2056-3014 abre perspectivas para um melhor entendimento da estrutura e evolução das estrelas, bem como da origem dos campos magnéticos nas estrelas evoluídas”, destaca.

“O estudo também é um bom exemplo da sinergia entre grandes instrumentos, como o satélite XMM-Newton, e pequenos telescópios, como o Zeiss da Observatório do Pico dos Dias, mostrando que equipamentos modestos têm seu lugar na pesquisa mesmo na época dos telescópios gigantes ”, diz Albert Bruch, do Laboratório Nacional de Astrofísica.

Imagem: Ilustração de uma anã branca polar. Rodrigo Cassaro – Observatório Nacional

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