Contra notícias falsas: brasileiros anônimos forçam sites a perder US $ 448.000 por mês – 13/07/2020

Trabalhando em anonimato desde maio, os criadores do movimento Sleeping Giants Brazil estimam que causaram notícias falsas na divulgação do site, deixando de gastar 448.000 dólares por mês. A principal plataforma de publicidade na Internet, o Google Adsense, é a que garante a saúde financeira da maioria dos sites mais vendidos em todo o mundo. E é através desse sistema que os ativistas do Sleeping Giants Brazil pretendem reprimir a disseminação de notícias falsas e promover promotores de discursos de ódio.

Inspirados nos gigantes adormecidos originais – criados por um publicitário americano e operando desde 2016, os três brasileiros decidiram em 18 de maio deste ano criar a versão do movimento de Tupiniquim. Eles então começaram a direcionar esforços em notícias falsas conhecidas, publicando publicamente empresas que apareciam como anunciantes nesses sites via AdSense via mídia social.

Por meio do sistema do Google, as empresas podem criar uma lista de todos os sites em que não desejam mais aparecer. Essa é a idéia dos gigantes adormecidos: pressionar os anunciantes a incluírem notícias falsas em suas listas e desmonetizá-los.

A ideia parece funcionar. De acordo com um balanço fornecido por um dos criadores do movimento, o Brasil conseguiu impedir a divulgação de notícias falsas dos bolsos de 448.000 reais no primeiro mês de atividades dos Gigantes Adormecidos. O grupo tinha 377.400 seguidores (13) no Twitter nesta manhã e 126.000 seguidores no Instagram, além de estar presente no Facebook e LinkedIn.

Por temerem ameaças como as sofridas pelo autor da versão original e sua família nos Estados Unidos, os criadores do projeto brasileiro não dão idéia de sua identidade. No relatório da DW Brasil, eles concordaram em conversar apenas com mensagens diretas no Twitter, não aceitando qualquer outra forma de contato.

Segundo eles, na maioria das vezes após a exposição pública, as empresas reagem a um perfil e se comprometem a incluir sites identificados como promotores de notícias falsas na lista de exclusão da plataforma AdSense.

“Recebemos mais de 400 respostas [de empresas anunciantes] em apenas um mês e meio de atividade “, eles confirmam”. Muitas empresas aderem ao movimento, tomam consciência e começam a analisar melhor a maneira como promovem sua publicidade e dão espaço a perfis que promovem desinformação e ódio. “

Em um cenário político problemático como o atual brasileiro, marcado por uma polarização feroz, o grupo foi criticado por apoiadores do governo presidencial. Jair Bolsonaro, O deputado federal Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do presidente, chamou os Diants Adormecidos “uma nova maneira de censurar o direito”.

“Somos contra todos os distribuidores de notícias falsas e discursos de ódio e sabemos que é independente do espectro político”, defendem os criadores. “Mas, no momento, a extrema direita está concentrando o poder usando conteúdo falso e odioso. Além disso, em meio a uma pandemia, espalhar desinformação é extremamente perigoso, porque estamos falando sobre a perda de vidas.”

Gigantes na cruz

Os criadores do Sleeping Giants Brasil afirmam que os destinos foram selecionados com base na “proporção, relevância e alcance” de suas páginas.

De uma lista de empresas criadas pelos criadores, o relatório da DW Brasil buscou contato com Americanas, Nike, Spotify e MRV, as quatro mencionadas primeiro e que não responderam ao grupo, apesar das constantes exposições públicas no Twitter. Nenhum deles retornou uma solicitação para posicionar o relatório.

A DW Brasil, no entanto, descobriu que algumas empresas expostas bloqueiam notícias falsas de sua lista do AdSense, mesmo que prefiram não aceitá-las publicamente. Além disso, existem empresas que, cientes do desempenho do Sleeping Giants Brasil, esperam uma provável exposição pública e adicionam sites que espalham notícias falsas à sua lista para isenção da plataforma do Google.

“A liberdade de expressão é o direito de todos, não estamos aqui para nos opor”, dizem os ativistas. “O movimento quer alertar as empresas a contribuírem com discursos de ódio e desinformação, mas cabe a elas escolher se devem ou não remover seus anúncios do site. Queremos apenas o posicionamento deles”.

Trabalho de formiga

E por que não concentrar seus esforços diretamente no Google, em vez de fazer esse pequeno trabalho? Segundo os criadores dos gigantes adormecidos, cobrar de uma empresa de tecnologia não valeria a pena.

“As grandes plataformas são realmente responsáveis ​​pelo espaço concedido aos distribuidores de conteúdo falso e odioso, mas é muito difícil chamar a atenção deles”, argumentam eles. “Nos quatro anos do perfil americano, nenhuma das principais plataformas entrou em ação ou entrou em contato com os Gigantes Adormecidos. Mas espero que isso mude e eles entendam a responsabilidade que têm quando não há uma escolha cuidadosa do que admitir ou não em um ambiente virtual”.

O escritório do Google no Brasil o convidou para a Dw Brasil através da assessoria de imprensa. “Temos políticas rígidas que limitam os tipos de conteúdo nos quais exibimos anúncios, como um que impede os editores de enganar um usuário sobre sua identidade ou produtos. Quando uma página ou site viola nossas políticas, tomamos medidas imediatas e removemos sua capacidade de gerar receita. “, disse a empresa em nota.

“Entendemos que os anunciantes podem não querer que seus anúncios estejam vinculados a conteúdo específico, mesmo que não violem nossas políticas, e nossas plataformas oferecem controles poderosos que permitem bloquear determinadas categorias de sites e entidades e gerar relatórios em tempo real sobre a localização de seus anúncios. são mostrados “, acrescentou.

O Google disse que fechou mais de 1,2 milhão de contas somente em 2019 e removeu anúncios com mais de 21 milhões de páginas “por violações da política”.

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