Ele viu a partir de 2018 o momento da campanha eleitoral. Jair Bolsonaro, que grita com a câmera, “não quero esse maldito fórum privilegiado”. Ele então reclamou que muitos parlamentares tentariam se reeleger apenas para evitar processos na primeira instância da justiça. É irônico que, além do futuro Presidente da República e concordando com tudo o que ele disse, Flávio Bolsonaro também esteja presente.
Como vimos ontem à tarde, a opinião deles sobre o assunto mudou radicalmente.
Flávio, agora senador pelos republicanos, julgou e forçou os juízes da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a aceitar uma mudança na investigação do chamado esquema “rachado” na legislatura de primeira instância do Órgão Especial. Com 2 votos a 1, os juízes perceberam que Flávio tinha direito a … uma tribuna especial.
Após a solicitação e aprovação, o Presidente Bolsonaro não apresentou queixa contra o privilégio concedido a seu filho.
No passado recente, a família atacou repetidamente o bem-estar do fórum. Em 9 de maio de 2017, Eduardo Bolsonaro deixou claro no Twitter: “Estou chegando ao fim do fórum privilegiado”. Mais objetivo, impossível.
No mesmo mês, Flávio também twittou criticando aqueles que pretendiam colocar o ex-presidente Lula nessa categoria.
Carlos Bolsonaro foi outro em 2018 que escreveu um tweet criticando Rodrigo Maia, que, em suas palavras, pretendia “ser eleito deputado federal e continuar exclusivamente com o fórum privilegiado”.
O clã que uma vez afirmou estar unido, hoje uniu a mudança do caso de “atirar” para uma instância superior. Por enquanto, as decisões do juiz Flávi Itabaian, que ordenou a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávi Bolsonaro, permanecem em vigor. Mas a defesa do senador tentará anular esses atos.
De qualquer forma, o ritmo mais lento dos procedimentos no Órgão Especial já traz alívio para o Presidente e seus filhos.
Bolsonaristas que ficaram decepcionados com a mudança de atitude, devemos advertir que, como neste caso, assistir a um vídeo com Bolsonaros há dois anos trará outras decepções. Como a promessa de Jaira de não concorrer à reeleição – um objetivo agora considerado prioritário – ou expressões de recusa em ceder e aceitar políticas, especialmente com Centrão, que atualmente é parceiro do governo.
Para os eleitos com um discurso crítico sobre a chamada velha política, nada é mais desatualizado do que durante o mandato desistir das promessas feitas durante a temporada de campanha. Especialmente no momento em que vídeos e mídias sociais são recursos tão disponíveis para atualizar os eleitores.