O presidente Jair Bolsonaro disse aos Aliados nesta quarta-feira (24) que a disputa pelo Ministério da Educação ainda era mista e que ele ainda não havia decidido quem seria o sucessor de Abraham Weintraub na frente do portfólio.
Após ser declarado o favorito na disputa pela sucessão pelo Ministério da Educação, o nome do Ministro da Educação do Paraná, Renato Feder, perdeu força.
Autoridades do governo disseram aos parlamentares na quarta-feira que o presidente já havia deixado o nome de Feder, que se encontrou com Bolsonar na terça-feira (23).
Entre as razões pelas quais o secretário desidratou o mercado de ações estava o fato de ele ser um grande doador João Doria (PSDB-SP) ao governo de São Paulo em 2018.
O presidente pretende ouvir outros candidatos antes de decidir quem será o novo ministro.
Os aliados aconselharam Bolsonar a não apressar a decisão e deixar Antonio Vogel, o atual ministro interino do MEC, pelo tempo que for necessário.
Vogel é, de fato, um nome defendido por membros do núcleo militar. Apesar de ser levado ao ministério pelo próprio Weintraub, ele é considerado moderado.
Além dele, Benedito Aguiar, ex-presidente da Capes, ex-presidente da Universidade Mackenzie e presidente da Capes (Coordenação de Desenvolvimento de Pessoal de Nível Superior), Gilberto Garcia e Antonio Freitas, primeiro ex-orientador e segundo ainda membro da CNE (National Conselho de Educação).
Especialistas apontam que Freitas tem perfil semelhante ao de Renato Feder, com uma visão de educação próxima à agenda dos grupos empresariais, com interesse no uso da tecnologia e no ensino a distância. No entanto, o educador tem mais experiência no setor, à frente das principais instituições.
Atualmente é reitor da FGV. Garcia, também CNE, foi reitor da Universidade Católica do Brasil. Ao contrário dos outros, ele tem um link de fundo para o ensino da religião e da filosofia.
O presidente também demonstrou interesse em nomear Sergio Sant’Ann, consultor especial do MEC e aliado do Weintraub. Seu nome é apoiado por estudantes do escritor Olavo de Carvalho.
Segundo Olavistas, no entanto, a própria Sant’anna se recusaria a aceitar o convite. Além disso, de acordo com membros do núcleo ideológico do governo, seu perfil é ainda mais agressivo do que o de Weintraub.
Da mesma forma, Ilona Becskeházy, secretária da educação primária, também apoiada pelos olavistas, chegou a questionar o governo, mas rejeitou a proposta.
O nome de Carlos Nadalim, secretário de alfabetização do MEC, também apareceu inicialmente com força, mas agora perdeu espaço no debate.
Espero que ele seja um grande crítico do educador Paul Freire e muito ligado à ala ideológica do governo. É por isso que sua nomeação é vista com reservas, para a perspectiva de manter hostilidades com outras forças da Esplanada, como foi o caso de Abraham Weintraub.
Na quinta-feira da semana passada, o presidente Jair Bolsonaro e o Weintraub gravaram um vídeo anunciando sua saída do MEC.
A antiga administração ministerial foi marcada por um forte caráter ideológico, com uma difícil convivência com o Congresso, em um momento de suma importância para lidar com o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Primária). O Weintraub também começou a investigar o STF (Supremo Tribunal Federal), em uma investigação que investiga ataques à instituição.