O relator do projeto que cria a Lei das Notícias Falsas, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), apresentou hoje sua opinião, prevendo que ele será votado amanhã no plenário do Senado.
Comparado a um rascunho que circula aos senadores desde a semana passada, o relatório apresentado nesta quarta-feira fortalece os mecanismos de transparência, altera os procedimentos de moderação para garantir ampla defesa, estabelece uma figura de auto-regulação regulamentada e não trata de questões criminais, deixando o assunto para discussões adicionais em outro projeto. segundo o consultor do relator.
O texto é criado pelo Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet, formado por representantes do Congresso, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público Nacional (CNMP), além de membros do Comitê de Gestão da Internet no Brasil, empresas de serviços públicos, provedores de serviços de Internet, aplicativos e conteúdo e os setores de mídia e telecomunicações.
O Conselho terá, entre outras coisas, a tarefa de certificar instituições auto-reguladoras a serem criadas por provedores de redes sociais e mensagens privadas de mensagens para melhorar a transparência e a responsabilidade no uso da Internet. Esta instituição pode enviar relatórios trimestrais e informações sobre regras para o uso e monitoramento da quantidade de conteúdo trocado pelos usuários de mensagens privadas.
“No que diz respeito à transparência em relação ao conteúdo patrocinado, todas as medidas propostas destinam-se apenas a fornecer aos usuários informações mais detalhadas sobre os responsáveis pelo patrocínio de publicações, e não há obstáculo constitucional”, argumentou o relator no parecer.
Quanto à possível censura de conteúdo na Internet, que preocupa os parlamentares, o coronel disse que não era “certo determinar que alguém na atividade de expressão possa classificar determinado conteúdo como desinformação ou não”.
“É negado que os provedores de serviços precisem fornecer os meios, ferramentas ou funcionalidades para criar um ambiente de razoável transparência e combater atividades ilegais na Internet. Mas consideramos inadequado atribuir a eles o papel de protetor da sociedade, especialmente em termos de classificações de desinformação. “
O senador manteve uma determinação em identificar as contas operadas pelos robôs, e que deveria ficar claro qual conteúdo está sendo promovido ou que leva publicidade.
A necessidade de identificar usuários e operadores de telefonia para atuar na verificação de registros também permanece no texto, especialmente daqueles que usam chips assinados.