Em uma carta enviada ao Congresso dos Estados Unidos nesta segunda-feira (8), a IBM disse que não desenvolverá mais ferramentas para identificar indivíduos para vigilância em massa ou para qualquer outro propósito que viole os direitos e liberdades humanos.
Texto assinado pelo CEO da empresa, Arvind Krishna, trata das recentes mortes de negros em apoio à reforma da polícia nos Estados Unidos.
As horríveis e trágicas mortes de George Floyd, Ahmaud Arbery, Breonne Taylor e muitos outros nos lembram que a luta contra o racismo é mais urgente do que nunca
Arvind Krishna, CEO da IBM
Os assassinatos a que ele se referiu ocorreram da seguinte maneira:
- George Floyd morreu de asfixia depois que um policial branco ficou de pé com o joelho no pescoço por oito minutos
- Ahmaud Arbery foi morto por dois homens brancos enquanto corriam, uma espécie de corrida
- Breona Taylor foi morta pela polícia que invadiu sua casa enquanto ela dormia com o namorado
Em uma carta aos senadores Cory Booker, Kamali Harris e aos deputados Karen Base, Hakeem Jeffries e Jerrold Nadler, a carta pede novas regras federais para responsabilizar a polícia por má conduta.
O texto foi enviado a esses parlamentares porque são os autores de alguns projetos que tentam suprimir a violência causada por agentes de segurança.
O CEO da IBM também diz que a tecnologia pode ser usada para aumentar a transparência e proteger as comunidades do abuso policial, mas não para intensificar a discriminação.
A IBM se opõe fortemente e não tolerará o uso de nenhuma tecnologia, incluindo tecnologia de reconhecimento facial de terceiros (…), que seja inconsistente com nossos valores e princípios de confiança e transparência. Acreditamos que agora é a hora de iniciar um diálogo nacional sobre se e como as tecnologias nacionais de aplicação da lei devem usar a tecnologia e de que maneira.
Arvind Krishna, CEO da IBM
Várias empresas ganham dinheiro com essas ferramentas. No início do ano, o trabalho da Clearview AI veio à tona. Está desenvolvendo um sistema de reconhecimento de rosto com imagens de rosto tiradas de milhões de páginas da web. Vendido para agentes da lei, a solução promete um falso grau de precisão que pode levar a resultados falsos positivos.