Os líderes do Senado decidiram na segunda-feira (8) adiar por mais uma semana a votação de um projeto de lei que cria uma “lei de notícias falsas”, devido à falta de consenso sobre como combater a desinformação nas mídias sociais.
Esperava-se que o texto fosse incluído na agenda desta semana. Mas, para que o relatório do senador Angel Coronel (PSD-BA), que também lidera o CPMI para notícias falsas, estivesse pronto. Isso não aconteceu.
O relatório não estava pronto e solicitamos uma alteração na agenda da próxima semana. É uma questão complexa em que todas as arestas devem ser cortadas
Angelo Coronel, senador
Além disso, os líderes do partido concordaram que o texto deveria ser mais enxuto e focar na inibição de redes robóticas criadas para espalhar notícias falsas, em vez de forçar as redes sociais a censurar conteúdo que poderia espalhar notícias falsas.
O autor da proposta, o senador Alessandro Vieira, disse que trabalha para “que ele [o projeto] efetivamente cumprir a meta, ou seja, lutar contra ferramentas que servem para espalhar conteúdo falso ou ofensivo “e que já existe um” consenso na maior parte do texto “.
Na semana passada, Angelo Coronel emitiu um substituto para o PL 2630, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Apresentado nas primeiras horas da votação, que terminou em adiamento, o texto criou uma onda de descontentamento com a re-inclusão de medidas retiradas devido a controvérsia.
Os pontos mais controversos foram os que forçaram as redes sociais a remover contas não autorizadas (perfis falsos ou qualquer pessoa que distribuísse notícias falsas) e remover postagens consideradas não informativas.
A inclusão desses tópicos atraiu ainda mais atenção, pois no dia anterior, o senador Alessandro Vieira retirou do texto qualquer menção à desinformação. Em concordância com os deputados Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), os autores da proposta na Câmara construíram um projeto que visa desarticular as ferramentas utilizadas para divulgar notícias falsas e criminalizá-las.
Por exemplo, o uso de bots ou contas falsas seria penalizado da mesma maneira que a lavagem de dinheiro. Os envolvidos nessas práticas também podem ser classificados como participantes de organizações criminosas.
Como os ativistas de direitos digitais também criticaram a velocidade do processamento, o atraso foi bem recebido.
“O que deve ser evitado é um cenário em que, para abordar a questão da manipulação e desinformação da rede, outras coisas ao longo do caminho serão interrompidas, como praticar a liberdade de expressão, inovação na criação e desenvolvimento de aplicativos, além de suas funcionalidades”, afirmou Carlos Affonso. de Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio) e Viés.