Em uma petição apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira, advogados de Paul Marinho, ex-aliado do presidente Jair Bolsonar, autorizaram o telefone celular do empresário a submeter-se a um relatório especializado para copiar uma mensagem a ser enviada ao senador Flávio Bolsonar (RJ) e a um parlamentar assistente.
Segundo a carta, Marinho já havia entregado o aparelho à Polícia Federal “espontaneamente” no dia 26, quando testemunhou em uma investigação investigando, no STF, uma denúncia do ex-ministro Sergio Moreau (Justiça e Segurança Pública) por suposta interferência do presidente Jair Bolsonar na PF. A carta do advogado foi endereçada ao ministro que denunciou o caso ao STF Celso de Mello.
A coluna também descobriu que Marinho assinou uma autorização em outubro de 2018 para “acesso expresso aos dados na nuvem” com dois endereços de email e de “nuvens que eventualmente se conectaram” a um número de telefone celular no Rio. até o momento ”. Também permitiu que cartas fossem enviadas a dois ISPs para que as empresas“ encaminhem todas as informações completas de registro para seu banco de dados ”.
Nesta petição desta quinta-feira, a defesa de Marinho, que aparece na investigação como testemunha, autorizou o tribunal a fazer uma cópia da mensagem, mas exigiu que as mensagens pessoais trocadas pelo empresário com “familiares e amigos” fossem preservadas.
Como testemunha, Marinho tem o direito de aprovar o exame de seu telefone celular ou não. Se o STF considerar necessário, poderá emitir uma ordem de busca e apreensão a pedido do PGR, mas isso não aconteceu porque Marinho tomou a iniciativa de aprovar a quebra de sigilo.
Não é possível conhecer o conteúdo da mensagem enviada a Flávio Bolsonaro, mas que, na opinião de Marinho, teria algo a ver com a investigação 4831, que trata do apelo de Mor.
Na carta, os advogados de Marinho informaram que o haviam interrogado três vezes até agora, desde que ele concedeu uma entrevista à “Folha de S.Paulo” em 17 de maio, na qual relatou ter aprendido sobre o suposto vazamento de informações a Flávio Bolsonaro pelos delegados da PF durante a eleição de 2018. , ainda não identificado, teria previsto o surto da Operação Furna da Onça, que alcançaria um dos amigos e conselheiros de Flávio, Fabrício Queiroz.
O empresário não concedeu acesso a mensagens pessoais
Marinho foi interrogado em 20 de maio pela PF do Rio, em 21 de maio pelo Ministério Público do Rio e em 26 de maio, no centro da investigação do STF, quando falou com o delegado Felipe Alcântara de Barros Leal.
Em carta ao STF, os advogados de Marinho trataram do que aconteceria no terceiro comunicado. “Ocasionalmente, como ele mencionou em seu depoimento, enviando uma mensagem ao senador Flávio Bolsonar e ao coronel Braga, seu assistente, [Marinho] ele ofereceu espontaneamente o celular para poder retirar a comunicação. Obviamente, por uma imposição constitucional (artigo 5, item X da Constituição), que não renunciou às mensagens trocadas entre os depositantes [Marinho], sua família e amigos. Finalmente, o entrevistado não aprovou a divulgação de sua intimidade / privacidade. Vamos repetir: dar acesso aos seus dados (anexado ao documento) não significava aprovação para a crueldade em sua vida pessoal “, disseram os advogados Diogo Malan e Flávio Mirza.
Os advogados de Marinha manifestaram preocupação com a posição que matará o cliente depois que ele deu uma entrevista em 17 de maio. “O depositante não tem dúvidas, ele repete que poderia, por causa do seu comportamento prudente [Celso de Mello] e as autoridades de acusação envolvidas, tal ilegalidade ocorre, isto é, a captura e publicação de conversas não autorizadas. No entanto, essa petição é justificada pelo zelo excessivo, principalmente por causa das notícias publicadas na mídia “, escreveram os advogados.
A carta afirma que Marinho entrevistou “Folha de S.Paulo”, “em memória de Gustavo Bebianna”, ex-ministro da Casa Civil e ex-aliado de Bolsonar, que foi derrubado pelo governo após um conflito com um dos filhos do presidente, o conselheiro Carlos. também “com espírito cívico, enfrentando uma situação que incomodou nosso país”. “E ele sofre as consequências por causa de sua atitude ético-moral”, diz a carta.
Coronel Braga
O “coronel Braga” mencionado na carta provavelmente se refere ao coronel da Reserva da FAB (Força Aérea Brasileira) Miguel Ângelo Braga Grill, ex-chefe de gabinete Flávi Bolsonara na Assembléia Legislativa do Rio (Allerg) e atual chefe de gabinete Flávi no Senado. Segundo Marinho, ele disse à “Folha de S. Paulo” que o “coronel Braga” havia recebido um convite de um delegado, cuja identidade ainda não é conhecida.
Braga já foi ouvida no mesmo processo aberto pela PF e pelo Ministério Público. No entanto, quanto ao conteúdo do depoimento, a PF e o STF optaram por mantê-lo em sigilo. Flávio Bolsonaro negou todas as alegações de Marinho, chamando-as de mentirosas.