Com elementos como mesa de sinuca, grafite e pintura, a decoração do apartamento de Caio Castro em São Paulo proporcionou uma oportunidade de conversar nas mídias sociais. Segundo algumas publicações, o estilo escolhido pelo ator seria “muito plano”.
Para Uau, arquiteta Juliana Junqueira, parceira Ana Beatriz Franchesi Mora Studio, disse que a intenção é refletir a personalidade de Caia – que esteve envolvido na concepção do projeto.
“Ele queria colocar tudo o que mais gosta, essa trilha mais urbana, skate, esportes radicais. Ele deixou tudo aberto e acabou criando o choque que as pessoas tiveram”.
Juliana diz ainda que, como em outros trabalhos, ela e sua colega cuidam de “menos do que o mesmo” e imprimem o cliente do projeto dentro da decoração.
“Os quartos até sugeriram que cada um deles tinha um universo separado e uma atmosfera diferente”, acrescenta. “E jogamos como um quebra-cabeça, por isso foi muito eclético. Não há uma linha definida, passamos entre industrial, pop, retrô no banheiro, contemporâneo. Queríamos introduzir alguns aspectos desse apartamento.”
Existe uma “decoração plana”?
Com toda a discussão acalorada no Twitter, a pergunta permanece: existe uma “decoração plana” para a casa? Decorador Paulo Biacchi (COM)@paulobiacchi) Conversei com Uau sobre esse conceito.
“Essa definição de gênero para o meio ambiente não faz sentido hoje”, diz ele. “Esse desdobramento de padrões já existe, por exemplo, nos quartos das crianças, por exemplo, em azul para meninos e rosa em meninas. Hoje, os quartos das crianças são muito mais ecléticos, com misturas de cores”.
Para Paul, a definição é “esquisita” e vem em grande parte da herança cultural que carregamos ao longo do tempo, citando um estilo industrial, que é marcante na decoração do apartamento, que também tem grafites na parede.
“Temos uma herança cultural que enquadra cores e estilos”, comenta. “O estilo industrial carrega esse estigma por causa da definição”.
A história por trás do estilo industrial
O decorador aproveitou a oportunidade para falar um pouco mais de onde ele veio e por que recentemente acabou “saturado”.
“É um estilo que vem dos lofts de Nova York, de indústrias abandonadas onde artistas locais começaram a ocupar e a viver dentro deles, deixando o cano óbvio”, diz ele. “Tudo o que é bruto é industrial. Portanto, entre outras referências, há chapas, ferrugem, preto fosco, tinta fosca”.
Bares e barbearias
Paulo acrescenta que esse é o tipo de ornamento que mistura colheita e industrialmente, ele foi amplamente pesquisado em barbearias e bares, principalmente em São Paulo, e logo criou associações mencionadas nas mídias sociais.
“As pessoas pensam que é” cru “porque foi muito explorado em bares em São Paulo, com mais ar privado e uma mistura de peças industriais e peças colheita“ele diz.” Isso também aconteceu nas barbearias, um espaço “focado na beleza plana”. Para os homens, existe um estigma de preconceito de que uma barbearia é um lugar para um cara de barba que quer levar algum tempo para a beleza, mas não para ser gay ”.
“Talvez isso, acrescentando à imagem que as pessoas têm do perfil de Caio Castro, como ator global, surfista, ‘apanhador’ e a representação do homem real, tenha provocado esse debate”.
Como dar férias a um industrial?
Muitas pessoas estão cansadas do estilo industrial, então Paulo deu algumas dicas para que ele pudesse sair da zona de conforto com esse estilo de decoração com um toque extra.
“O conselho para impedir que isso aconteça é misturar estilos”, aconselha. “A indústria combina bem com o estilo escandinavo, mais minimalista. Do uso de cores como rosa queimado, mostarda ou azul com a menor saturação”.