Wilson Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras, disse hoje à revista O Globo que a privatização da empresa deve ocorrer no próximo ano.
Segundo ele, um projeto de lei que aprova a venda deve ser aprovado pelo Congresso no segundo semestre deste ano.
“A única maneira de o governo mitigar rapidamente os efeitos (da pandemia), principalmente da dívida, é através de privatizações, que fortalecerão o equilíbrio econômico-financeiro das contas públicas”, defende.
O valor da empresa foi fixado em US $ 16 bilhões, mas o governo ainda precisa fazer outra estimativa para determinar o valor das ações da operação de capitalização.
O executivo acredita que, após a crise, o capital estrangeiro estará interessado em projetos com mais atividades econômicas que gerem empregos e renda. A Eletrobre atenderia a esse requisito:
“A Eletrobras é uma empresa listada no Brasil, Estados Unidos e Europa. E esse mercado está retornando mais rapidamente após a crise e olhando para suas perspectivas econômicas futuras. Não tenho dúvidas de que a Eletrobras é um ativo que atrai investidores de todo o mundo.”
Ferreira Júnior disse ainda que até o final do ano espera que a Eletrobras escolha um parceiro estrangeiro para concluir as obras da usina nuclear de Angra 3. A construção foi interrompida por cinco anos, com 60% de conclusão. Estima-se que sejam necessários US $ 15 bilhões para completá-lo.
Em junho deste ano, o Conselho do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) analisará o modelo desenvolvido pelo BNDES para o fechamento da fábrica. Ele diz que o objetivo de entrar em vigor em 2026 é mantido.