O parlamentar, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), apoiou seu pedido em notícia veiculada pela imprensa local, segundo a qual a empresa Astronautas Filmes fazia trabalho gratuito para uma empresa de Renan Bolsonaro, de apenas 22 anos e dedicada à organização de eventos .
De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a Astronautas Filmes, produtora de vídeo, fez propaganda da inauguração da empresa do filho do presidente sem cobrar nada pela obra.
A própria Astronautas Filmes admitiu o fato em nota divulgada hoje, na qual explica que se trata de “um único vídeo” sobre um evento que reuniu importantes empresários, e que o fato de não cobrar nada correspondeu a uma estratégia de divulgação do seu marca e produção.
“Por se tratar de um público de interesse (empresários), optamos por inserir a marca da produtora na comunicação do evento em troca do produto entregue”, justificou a Astronautas Filmes.
A empresa tem contratos com o Governo e, nos últimos dois anos, desde que o Bolsonaro está no poder, já fez várias produções para os Ministérios do Turismo, Educação e Saúde e para a própria Presidência, mas esclareceu que também trabalha com outros clientes , inclusive de âmbito privado.
As explicações não convenceram o deputado Valente, que afirmou que a matéria pode se constituir em tráfico de influências e outros crimes.
“Transformar influência em negócio, além de imoral, é crime expressamente previsto na legislação”, disse Valente, em documento dirigido à Procuradoria-Geral da República.
O deputado acrescentou que “as fortes provas apresentadas no relatório requerem o estabelecimento imediato de um procedimento (de investigação) para esclarecer a conduta de Renan Bolsonaro”.
O chefe de Estado brasileiro tem quatro filhos e uma menina de dez anos, e Renan é o único dos quatro homens que não trabalha na política.
Flávio Bolsonaro é senador, seu irmão Eduardo é deputado e o terceiro, Carlos, é vereador no estado do Rio de Janeiro.
Os três estão sendo investigados por questões diversas que vão desde a promoção de atos antidemocráticos e a divulgação de notícias falsas, como é o caso do deputado Eduardo Bolsonaro, ou supostas irregularidades com dinheiro público, como é o caso de Flávio e Carlos Bolsonaro.