Isto é Mês de novembro foi marcada por iniciativas em todo o Brasil de sensibilização para a prevenção de doenças que afetam a saúde masculina. A vergonha e o constrangimento ainda são fatores que impedem os homens de procurar ajuda.
Historicamente, a menina e o menino são acompanhados por um pediatra e, desde o início da puberdade, apenas a adolescente vai às consultas de rotina com o ginecologista. O mesmo não ocorre com o menino, que fica sem um especialista para acompanhá-lo até a idade adulta.
Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que apenas 1% dos adolescentes do sexo masculino já consultou o urologista. Não é incomum que os homens sejam mais suscetíveis a doenças coronárias, câncer, diabetes, colesterol alto, hipertensão e obesidade, entre outros, além de viver, em média, sete anos menos que as mulheres.
A cultura patriarcal em que vivemos impõe ao menino – que não foi estimulado a pensar em prevenção – que só vá ao médico e aos hospitais em casos de emergência. Ainda existe a falácia de que “sendo homem não chora”, de que você é imune e resistente a quaisquer doenças e que, no futuro, como provedor da família, “você não pode adoecer”. Com o tempo, esses estereótipos foram adicionados a outros mitos e anedotas sobre o exame retal digital –exame fundamental detectar possíveis anormalidades na próstata -, corroborando negativamente um retrocesso e descaso por parte do homem, comportamento não observado entre as mulheres.
É verdade que nas últimas décadas avançamos nas políticas públicas de atenção à saúde masculina, mas os resultados práticos ainda são pouco visíveis. Infelizmente, a saúde do homem não foi suficientemente abordada quanto à sua relevância e peculiaridades.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa de novos casos de câncer de próstata para 2020 é de aproximadamente 65 mil. Infelizmente, cerca de 20% dos pacientes com neoplasia são diagnosticados em estágio avançado, quando não há mais chance de cura. É o segundo tumor maligno mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma.
A boa notícia é que a descoberta precoce aumenta a chance de cura em 90%; e o ruim é que com o surto de coronavírus, os homens recuaram na prevenção e não continuou os tratamentos.
Levantamento feito pela SBU mostra que 55% deles, com mais de 40 anos, pararam de ir às consultas médicas devido à pandemia. E nessa doença a prevenção é fundamental.
Homens com história familiar da doença de pai ou irmão, negros e obesos têm maior predisposição ao problema e devem iniciar a prevenção aos 45 anos. A partir dos 50 anos, mesmo sem sintomas, devem procurar profissional especializado.
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