Sergio Vega é um ciclista espanhol que lembra os bons momentos que passou com os portugueses.
O ciclista espanhol Sergio Veja correu com João Almeida em 2017 e lembra-se de uma “pessoa muito boa”, com quem partilhou o gosto por fast food e chocolate, e que antevê um futuro de glória.
Em declarações à Lusa, o corredor de 24 anos lembra que ambos eram jovens quando atravessaram a Unieuro Trevigiani-Hemus 1896, embora o ciclista das Caldas da Rainha seja quase três anos mais jovem.
“Era um jovem com ideias muito claras, muito jovem e uma pessoa muito, muito boa”, recorda o ciclista da Cantábria sobre os portugueses, que então iniciou a sua primeira experiência fora de Portugal.
Este ano, observa, “não foi fácil para ninguém”, mas ainda assim João Almeida conseguiu “demonstrar que era um bom corredor”. “Viu-se que tinha muita qualidade”, remata.
Os dois criaram um “bom relacionamento” e até dividiram o quarto no que foi o “Giro antes do Giro” para o Caldense, já que ele disputava o Volta a Itália sub-23, conhecido como “Baby Giro ‘, naquele ano.
Nesta prova, recheada de muitos jovens que hoje ocupam lugares de destaque no ciclismo mundial ao nível de elite, o melhor resultado do português foi um 10º lugar num contra-relógio, então a sua principal especialidade.
Esta também foi a última prova em que competiram juntos no calendário da União Internacional de Ciclistas, com Vega se mostrando hoje “muito feliz” pelos resultados e sucessos do ex-companheiro de equipe, que liderou o Tour da Itália por 15 dias e acabou prova em quarto.
“Estou muito feliz de ver como ele está e tenho certeza que irá muito longe”, prevê.
Este ano, Sergio Vega destaca um dos principais resultados de ambos, na Ucrânia, cuja capital, Kiev, foi também palco de uma celebração peculiar que reuniu, então, os gostos comuns desta amizade.
“Tínhamos uma coisa em comum: ambos gostávamos de Macdonald’s e de chocolate. De volta à Ucrânia, onde o João venceu a última etapa, acabámos por ir comer hambúrgueres para festejar enquanto a equipa arrumava tudo”, revela o espanhol.
A vitória na quarta fase, uma das três que o português conquistou em 2017, permitiu-lhe entrar na final dos dez primeiros, pelo nono lugar, e conquistar a classificação dos jovens, e Vega também estava em boa forma: foi 19º geral e sétimo entre os jovens.
Os dois viriam a coincidir e trabalhar juntos em muitas mais corridas, embora o espanhol tenha feito a Volta a Portugal, onde trabalhou para companheiros, e os portugueses não.
Para os espanhóis, a ligação portuguesa continuou em 2019, quando passou por Miranda-Mortágua, terminando o Tour em 31º lugar, o melhor resultado daquele ano.
João Almeida (Deceuninck-QuickStep) tornou-se neste domingo o melhor português de sempre na Volta à Itália de bicicleta, após terminar a prova no quarto lugar da classificação geral individual, após envergar a camisola rosa, símbolo da liderança, em 15 de as 21 etapas da corrida.